Título: A Primeira Guerra Mundial
Série: -
Autor: Martin Gilbert
Data de Leitura: 08/05/2019 ⮞ 05/07/2019
Classificação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse
A 11 de novembro de 1918 é assinado o armistício que põe fim à Primeira Guerra Mundial. Nove milhões de soldados morreram, quatro grandes impérios foram destruídos e o panorama geopolítico da Europa e do Médio Oriente alterou-se para sempre.
O historiador Martin Gilbert conta-nos, através de uma narrativa empolgante, a história deste terrível conflito. Os horrores das batalhas, o confronto por mar e ar e as experiências vividas nas trincheiras e nas frentes de combate pelos soldados das diferentes nações beligerantes.
Sete mil portugueses perderam a vida na Grande Guerra. Colocados na Frente Ocidental, na Flandres, França, o Corpo Expedicionário Português participou na decisiva batalha de La Lys. A 9 de abril de 1918, 20 mil homens não conseguiram travar os 50 mil soldados alemães, naquela que foi uma das mais sangrentas batalhas da Primeira Guerra Mundial.
Esta foi uma guerra extremamente mortífera, facto que se deveu, em parte, como nos explica Martin Gilbert, às novas tecnologias militares que se desenvolveram. Novos tanques, aviões que pela primeira vez foram usados com fins militares, tornando os bombardeamentos aéreos uma nova realidade, metralhadoras cada vez mais rápidas e potentes, novos navios de combate e a novidade da guerra química, com o gás tóxico usado pela primeira vez pelos alemães em 1915.
Com um conjunto de mapas e imagens de época, este é um livro fundamental para compreender a história e os conflitos dos nossos tempos.
Minha review no GoodReads
“Those who don't know history are doomed to repeat it.”
― Edmund Burke
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Data: 28 de Julho de 1914 a 11 de Novembro de 1918
Beligerantes:
Aliados (Tríplice Entente)
França, Império Britânico, África do Sul, Austrália, Canadá, Índia, Terra Nova, Nova Zelândia, Rodésia do Sul, Rússia (até 1917), Itália, Estados Unidos, Sérvia, Japão, Bélgica, Grécia, Romênia, Portugal entre outros.
Total de soldados: 42 959 850
Total de mortos: 11 milhões
Impérios Centrais (Tríplice Aliança)
Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano, Bulgária entre outros.
Total de soldados: 25 248 321
Total de mortos: 8 milhões
fonte wikipedia
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Em 2018, mais precisamente a 11 de Novembro comemorámos os 100 anos do fim da primeira guerra mundial.
Foram 1.590 dias de uma guerra que poderia ter sido evitada – afinal de contas os maiores líderes europeus tinham entre si algum tipo de parentesco – através da diplomacia e do bom senso. Não fosse a ganância, a sede de vingança e de poder e a Europa do início do século XX podia ter vivido uma era de prosperidade e avanço. O assassinato do Arquiduque foi só o acender do rastilho de um grande paiol. Velhos ódios e ressentimentos voltaram a ser exacerbados e a Europa mergulha numa loucura, numa perda total de sentido de humanidade, cujo balanço são milhões de vidas ceifadas e património histórico, hospitais, escolas etc destruídos. Todos os envolvidos no conflito inicial acharam que seria uma guerra rápida e lucrativa. Acordos entre as nações repartiam territórios como quem reparte uma fatia de tarte.
Ninguém imaginou que seriam mais de 4 anos de guerra.
Foi uma guerra lenta. Avançar era tarefa difícil. As trincheiras eram locais que levavam qualquer soldado à loucura em pouco tempo. Havia doenças, fome, sede, frio e morte por todo o lado.
Pela primeira vez combateu-se simultaneamente em terra, no mar e no ar. A guerra química deu os primeiros passos. A indústria bélica transformou-se.
Uma guerra que acabou com impérios, destruiu nações, não teve heróis e não teve vencedores.
No canal do youtube The Great War Indy Neidell segue a Grande Guerra desde o seu início em 1914 até ao seu fim em 1918.
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Europa antes e depois da I Grande Guerra |
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Progressão de leitura e citações:
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Menin Gate Burials by nation U. Kingdom: 40,244 Canada: 6,983 Australia: 6,198 South Africa: 564 British India: 414 British West Indies: 6 |
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Tyne Cot Memorial Burials by nation U. Kingdom: 8,907 Canada: 966 Newfoundland: 14 Australia: 1,353 New Zealand: 519 South Africa: 90 British West Indies: 2 France: 1 Germany: 4 |
"Tratado de Londes, 1839 - Grã-Bretanha, Áustria, Prússia, França e Rússia concordaram que a Bélgica formasse perpetuamente um Estado independente e neutro."
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1914 - Invasão da Bélgica pelas tropas alemãs
"A Europa, na sua insanidade, deu início a uma coisa inacreditável (...) Neste momento, percebemos a que triste espécie de animal pertencemos." Albert Einstein" |
“Nunca achei que homens tão esgotados e tão esfomeados pudessem sobreviver.”
No dia em que começou a Batalha do Marna - 5 a 12 de Setembro de 1914 - a revista London Opinion publicou um anúncio que mostrava Lord Kitchener, com a mão enluvada e o indicador apontado para fora da página, e a legenda "Your country needs you"
"Entre os soldados alemães em acção perto de Wijtschate, a 5 de Novembro, estava Hitler. Pela sua acção no combate foi-lhe atribuída, mais tarde, uma Cruz de Ferro.
"Foi o dia mais feliz da minha vida", escreveu ele ao seu senhorio. "É verdade que muitos dos meus companheiros que a teriam merecido como estão mortos".
"(…) soldados alemães deslocaram-se até a linha de arame farpado britânico e soldados ingleses foram ao encontro dos inimigos. “Pareceram ser muito amigáveis e trocamos lembranças, estrelas para os bonés, insígnias” (…) Os ingleses ofereceram aos alemães pudins de ameixa (…)
“Foi o Natal mais peculiar que já tive e que talvez jamais tenha”, escreveu o soldado J. Davey."
Na terceira semana de Abril (...) os alemães (...) usaram gás pela primeira vez.
O efeito do gás foi devastador. Segundo Sir John French "centenas de homens entraram em coma ou ficaram comatosos ou mesmo mortos".
"A 31 de Maio de 1915, um único Zepelin sobrevoou Londres e lançou noventa pequenas bombas incendiárias e trinta granadas. Sete pessoas morreram e trinta e cinco ficaram feridas."
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Esta bomba caiu em 16 Alkham Road, Stoke Newington e ficou na posse do proprietário da casa até ser doada ao Imperial War Museum" |
"(…) os alemães utilizaram seu receado morteiro pesado, o Minenwerfer."
“Os alemães (…) usaram lança-chamas pela primeira vez(…). Os homens apanhados pelo jacto de fogo nunca mais foram vistos”.
"(…) dia da queda de Caunas, o número de prisioneiros de guerra russos atingiu (...) total de 1.425.948 russos em cativeiro."
"a Batalha de Loos, para os ingleses, foi uma derrota (…) o general Haking perguntou (...) o que havia corrido mal. (…) “Não sabíamos como era. Da próxima vez, faremos as coisas bem.”
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Infantaria Britânica avança através de gás mostarda em Loos, 25 de Setembro de 1915. |
“Nas primeiras cinco semanas do conflito em Verdun, soldados alemães foram mortos à incrível média de um a cada 24 segundos”
“A humanidade está louca! Precisa estar louca para fazer o que está a fazer. Que massacre… Que cenas de horror e carnificina! Não consigo encontrar palavras para expressar minhas impressões. O inferno não pode ser tão terrível. Os homens estão loucos!” Estas foram as últimas palavras que Joubaire escreveu no seu diário”
"E em plena Batalha do Somme, no meio de mortos e feridos, apaixonei-me ❤️ por este poema - I Have a Rendezvous with Death de Alan Seeger."
Devido à diferença no calendário russo na época, a revolução de Março de 1917 é conhecida pelos russos como a Revolução de Fevereiro. (...) Na Rússia, o calendário foi alterado no fim de 1917."
"Mata Hari, a dançarina, foi fuzilada esta manhã. Foi detida em Paris em Fevereiro e condenada à morte (...) por espionagem e por ter dado informações ao inimigo (…) Seu nome real era Margaretha Gertruida Zelle e, (...) era dançarina na França."
"O exército russo está mais corrompido do que eu supunha, escreveu Hoffmann. Não têm qualquer vontade de lutar. Ontem, um tenente e seis homens fizeram seiscentos prisioneiros cossacos.
É a guerra mais ridícula que já vi."
"(...) os alemães desencadearam outro bombardeio massivo com gás, lançando 9 milhões de granadas de gás de mostarda, fosgénio e difenilcloroarsina,
num total de 2 mil toneladas de gás venenoso. Mais de 8 mil soldados britânicos foram afectados pelo gás, levando à morte de 43 homens."
“Tinham passado quase quatro anos desde o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand (...) quem poderia agora recordar as causas e consequências, as voltas e reviravoltas, os ataques e contra-ataques que haviam levado a uma guerra tão alargada e tão esgotante?”
"Sem que os pacifistas britânicos soubessem, e sem que os governos francês e britânico compreendessem, a guerra estava a terminar. Contudo, era tal o hábito de lutar, e era tal o impacto do “infinito ódio” alimentado durante quatro anos, que Londres, Paris e até mesmo Berlim continuavam a pensar em termos de ofensivas, redução de despesas e prolongamento da guerra para 1919."
“Todas as hostilidades cessarão em toda a frente às 11h do dia 11 de novembro (hora francesa). Quando esse momento chegou (a décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês), cessaram todos os combates na frente ocidental”
“Em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi assinado pela Alemanha e pelos “Aliados e potências associadas”: os representantes de 27 países vitoriosos colocaram as suas assinaturas no documento de duzentas páginas.”