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[DNF] Cartas de Amor - Monteiro Lobato

 


Título: Cartas de Amor

Série: -

Autor: Monteiro Lobato

Data de Leitura: 27/05/2023 ⮞ 28/05/2023

Classificação: ⭐


Sinopse

O homem do petróleo e do aço, o ativista político implacável. O autor das páginas mais significativas da literatura infantil brasileira e de uma importante obra adulta que mostra o cotidiano e as mazelas da sociedade da primeira metade do século 20. Este é o Lobato que todos conhecem, que aprendemos desde as primeiras leituras da vida a admirar... No entanto, agora é possível saber mais sobre um outro lado do autor, que pode parecer surpreendente à distância das décadas, num momento em que sua imagem e mito estão postos: o jovem missivista, que trocou cartas de amor com Purezinha, carinhoso apelido daquela que viria a ser sua esposa até o final da vida.

Essa correspondência foi minuciosamente colecionada pela namorada. Num primeiro momento, como se fazia na época, pelo romantismo (que ainda havia) de manter as palavras de carinho para sempre relembrá-las. Mais tarde, pela noção de responsabilidade de guardar os escritos daquele que havia se tornado um dos mais importantes e ativos autores de língua portuguesa de seu tempo.

O zelo acabou resultando numa compilação que faz parte do importante trabalho de resgate da obra de Lobato. O leitor vai poder acompanhar (e, de alguma forma, viver) as situações de uma época diferente, na qual o imediatismo das trocas de mensagens eletrônicas não existia, e havia mais espaço para a reflexão e o apuro estilístico, mesmo em se tratando de cartas entre apaixonados. Lobato se revela inteiro nessa obra, um presente para seus fãs. Mas também uma oportunidade de conhecer pelas mãos de um grande escritor como o amor profundo, que se sabia para toda a existência, podia inspirar belas páginas em tempos menos acelerados.


Minha review no GoodReads

DNF - 19%

Gosto dos contos do Monteiro Lobato.

Estas Cartas de Amor, das quais só li meia dúzia, deram-me a volta ao estômago.

Que homem chato e peganhento.


Ah, Purezinha, como te amo! Como cresce dia a dia o meu amor! Como se exalta, robustece, escachoa! Parece um rio em enchente, não há margens que lhe bastem, inunda tudo, senhoreia-se de tudo. Amo-te cada vez mais, amo-te com a alma, com o espírito, com o coração, com os nervos, com os músculos, com as células. Amo-te de todas as formas, a todos os instantes, de dia e de noite. Amo-te como um louco. Amo-te, ferozmente! Resumo o mundo em ti. Nada mais existe fora de ti. O sol, a terra, o céu, a luz, a cor, o perfume, a vida, a humanidade, tudo isso existe para cenário, para quadro do meu amor. O infinito és tu, a Eternidade és tu. A vida és tu. Deus és tu.

Purezinha! Purezinha! Se pudesses por instante sequer penetrar dentro de mim e ver como aí lavra em chamas desmesuradas o meu Amor... Mas, não podes, não podes imaginar sequer: só

se me amasses do mesmo modo, o que é impossível!, impossível!... Ninguém no mundo jamais amou como eu... Purezinha, Purezinha, Purezinha, Purezinha, meu Amor, minha Vida, minh’Alma, meu Coração, meu Ar, meu Tudo, adeus!