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[Opinião] A Noite Está a Chegar - Robert Bryndza

                          



Título: A Noite Está a Chegar

Série: Kate Marshall #2

Autor: Robert Bryndza

Data de Leitura: 22/06/2025 ⮞ 26/06/2025

Classificação: 


Sinopse

Quando o corpo de um jovem é encontrado a flutuar no reservatório de Shadow Sands, as autoridades classificam-no como um trágico acidente. Mas os detalhes não batem certo. O que fazia a vítima ali, a meio da noite? Se era um excelente nadador, porque se afogou?

Quando a detetive Kate Marshall começa a seguir as pistas do caso, descobre um trilho sangrento que aponta na direção de um assassino em série ativo, escondido da vista de todos. A vítima é, tão-só, a última de várias mortes misteriosas e desaparecimentos ligados a uma mítica figura da região conhecida por se esconder entre a névoa.

Várias pessoas desapareceram sem deixar rasto durante os últimos anos e, quando mais uma jovem desaparece, Kate entra numa corrida contra o tempo para apanhar o responsável e evitar outra morte.

O problema é que o perturbador assassino que ela procura não é o único a estar um passo à frente da polícia. Existe mais alguém interessado em certificar-se de que os segredos de Shadow Sands se mantêm esquecidos e bem enterrados.

Depois do alucinante Mistério em Nine Elms, Robert Bryndza está de regresso com um novo thriller que promete conquistar os leitores de todo o mundo.


Minha review no GoodReads


Robert Bryndza sabe como agarrar-nos desde a primeira página. Constrói histórias envolventes, cheias de ritmo, tensão e suspense, com um estilo marcadamente cinematográfico.

Este segundo volume mantém o estilo dos livros anteriores do autor, um thriller com uma escrita directa, capítulos curtos que incentivam a leitura compulsiva e garantem sempre um tempo bem passado.



[Opinião] A Estação da Sombra - Léonora Miano



Título: A Estação da Sombra

Série: -

Autor: Léonora Miano

Data de Leitura: 04/06/2025 ⮞ 25/06/2025

Classificação: 


Sinopse

No coração de África, nas terras do clã mulongo, um incêndio grassa, e doze homens da tribo desaparecem misteriosamente. Uma mulher, uma das mães banidas da comunidade, empreende então um longo périplo, que a conduzirá à atroz verdade.

A Estação da Sombra é a odisseia dos vencidos, daqueles cuja sociedade é destruída pela aparição de um odioso comércio instaurado pelos europeus, prenunciando tempos negros em que a vileza engendra o cativeiro de todo um continente. Da prosa impregnada de misticismo de Léonora Miano, emanam o canto dos escravos acorrentados e a angústia que invade os seus entes queridos perante o inexplicável, culminando num poderoso exercício de restituição de humanidade e de voz a todos os que delas se viram privados.



Minha review no GoodReads

A tribo dos Mulongo, situada na África subsariana, bem no coração do continente, vive num total desconhecimento do mundo à sua volta, mantendo apenas relações com a tribo vizinha, os Bwele.

Mas há um dia em que uma sombra se abate sobre todo o clã. Após um grande incêndio, desaparecem doze homens. Ninguém sabe o que lhes aconteceu. Os Mulongo não conhecem o oceano — como poderiam sequer imaginar navios ou tráfico negreiro?


Mas há algo que parece certo: se os homens desapareceram, a culpa é das mulheres. Por isso, aquelas cujos filhos não foram encontrados são confinadas num canto da aldeia: <i>assim a sua dor ficará contida num lugar claramente circunscrito e não se espalhará por toda a aldeia.</i>


Contra este obscurantismo erguem-se três figuras da tribo: Mukano, que desafia a autoridade dos mais velhos e parte em busca dos desaparecidos; a carismática Eyabe, que decide também romper com os costumes da tribo, parte sozinha e chega ao oceano, aos navios negreiros — e descobre toda a verdade; e a velha Ebeise, parteira e uma das grandes vozes femininas deste romance.


Num livro onde os sonhos, a feitiçaria e o encantamento estão sempre presentes, mergulhamos num mundo onde a realidade se anuncia, se interpreta, se adivinha — através de sonhos, sinais, vozes ouvidas pelos mais sensíveis entre as personagens.


Com uma escrita fluida, vibrante e viva, este é um romance que nos põe em marcha, que nos faz avançar e sair da opacidade da sombra.


Um romance que ecoa fundo, tanto pela sua beleza como pela brutalidade da memória que convoca.


Camarões



[Lido] A formosa das Violetas - Camilo Castelo Branco

                           




Título: A formosa das Violetas

Série: -

Autor: Camilo Castelo Branco

Data de Leitura: 23/06/2025 ⮞ 23/06/2025

Classificação: 


Sinopse

Com a característica verve de sua escrita romântica, Camilo Castelo Branco narra a história triste de Elisa Loewe Weimars, espelhada na carreira errática do marido português. O texto explora, entre outros, o tema do preconceito de classe vigente no século XIX, bem como a política da época.


Minha review no GoodReads


Disponibilizados no Kobo Plus. Infelizmente o audiobook é em brasileiro por isso optei por ler só o conto em ebook.


A fortuna dava-lhe formosas mulheres para o coração, e desvelados amigos para o espírito e também para a mesa.

[Opinião] Inês de Castro - Isabel Stilwell

                  


      


Título: Inês de Castro

Série: -

Autor: Isabel Stilwell

Data de Leitura: 26/05/2025 ⮞ 22/06/2025

Classificação: 


Sinopse

A história de Inês de Castro como nunca ninguém a contou.

Inês de Castro tremia na sua presença. Afonso IV era o rei que levara à morte o meio-irmão, Afonso Sanches, o seu adorado tio que a havia recebido como uma filha. O homem que tirara tudo à sua família. O homem que a expulsara sem dó nem piedade da corte para a afastar do seu único filho, acusando-a de ser uma perigosa espia. O homem que humilhava o seu Pedro que, tropeçando nas palavras, não conseguia impor-se ao pai e afirmar o amor por ela. O homem que nascera sob a estrela de Algol, como a avisara repetidas vezes a sua querida Zulema. Algol, a estrela do demónio...


Minha review no GoodReads


Não há, na nossa História, episódio mais famoso e trágico do que o amor entre Pedro e Inês. E continua a ecoar até aos nossos dias.

A história de Inês é, no essencial, a do seu grande amor por Pedro, mas a autora optou por dar maior ênfase à fase inicial da sua vida, o que acaba por tornar a narrativa um pouco repetitiva, pois, entre intrigas de corte e batalhas, sobra pouco espaço para outros aspectos.

O desfile de personagens é gigantesco, mas gostei particularmente de Zulema e das partes dedicadas à senhora de Albuquerque.


Esperei, página após página, pelo inevitável clímax — o momento em que o destino de Inês se cumpre. Mas a sua condenação e execução acabaram por parecer apenas um apontamento breve, sem tensão, sem emoção, faltando-lhe o poder de nos tocar num desfecho que um final tão trágico merecia.


[Opinião] O crime do Pinhal do Cego - Florbela Espanca

                          





Título: O crime do Pinhal do Cego

Série: -

Autor: Florbela Espanca

Data de Leitura: 20/06/2025 ⮞ 20/06/2025

Classificação: 


Sinopse

Fugindo ao estilo de Florbela Espanca, "O crime do Pinhal do Cego" é um suspense de tirar o fôlego, com um final surpreendente. Nele se narra a história do triângulo amoroso de Rosa, Francisco e Rita, que tem por cenário o pinhal referido no título do conto – a floresta, a depender da estação do ano, reflete a emoção do enredo.


Minha review no GoodReads

Disponibilizados no Kobo Plus. Infelizmente o audiobook é em brasileiro por isso optei por ler só o conto em ebook.

[Opinião] A Herança da Vila dos Tecidos - Anne Jacobs

                          



Título: A Herança da Vila dos Tecidos

Série: Die Tuchvilla-Saga #3

Autor: Anne Jacobs

Data de Leitura: 07/06/2025 ⮞ 19/06/2025

Classificação: 


Sinopse

A terceira parte da apaixonante saga familiar A Vila dos Tecidos,que já conquistou mais de dois milhões e meio de leitores. Uma família poderosa.

Uma situação dramática.

Uma mansão que esconde mais do que um segredo...

Augsburgo, 1920. Depois de um longo período de privação e tristeza, a alegria e o otimismo regressam à Vila dos Tecidos. A guerra terminou, Paul Melzer retorna da frente de batalha e pode, agora, por fim, assumir as rédeas da fábrica, determinado a devolver o negócio da família à sua antiga glória. As coisas vão bem até para a sua irmã, Elizabeth, que volta para casa animada com um novo amor. A jovem esposa de Paul, Marie, pode agora dedicar-se à sua verdadeira paixão e abrir um pequeno ateliê de moda. Os seus modelos de sonho não tardam a tornar-se num êxito e, em pouco tempo, Marie amplia o seu pequeno negócio. No entanto, enquanto o ateliê cresce e floresce, o casamento sofre com os ciúmes de Paul e as discussões sem fim. Incapaz de aguentar mais, Marie, que manteve a fábrica, a vila e toda a família à tona quando mais precisaram dela, toma uma decisão difícil e deixa a mansão com os seus filhos. O destino segue o seu rumo…



Minha review no GoodReads


Three down, three to go! 


Estamos num período entre guerras, durante o delicado processo de recuperação da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial.

Lentamente a vida começa a regressar ao normal. Paul, regressado da frente de batalha enfrenta o desafio de devolver à fábrica de tecidos o prestígio de outros tempos; enquanto Marie segue o seu próprio caminho, abrindo um atelier de moda que lhe traz novas ambições e liberdade. O mundo está em mudança acelerada e as transformações culturais do período do pós-guerra, os conflitos entre gerações, o novo papel da mulher na sociedade geram muitos atritos na família Melzer, e ameaçam o equilíbrio entre a tradição e a modernidade.

[Opinião] Tatuagens de Luz - Para uma imagem de Leonor de Almeida - Cláudia Clemente

                          


Título: Tatuagens de Luz - Para uma imagem de Leonor de Almeida

Série: -

Autor: Cláudia Clemente

Data de Leitura: 12/06/2025 ⮞ 18/06/2025

Classificação: 


Sinopse

udo começou com um quadro: Leonor, esteticista e amiga da minha avó desde os anos 50, vendeu-lhe uma pintura surrealista, de João Moniz Pereira, que teria pertencido a Alexandre O’Neill. Resolvi seguir o rasto da senhora, na esperança de obter mais informações sobre a tela, e descobri Leonor de Almeida — não a Marquesa de Alorna, com quem partilha o nome —, mas uma das mais invulgares poetas do século XX.

Leonor, que se disfarçava usando uma peruca quando trabalhava como esteticista, foi uma autora surpreendente, aclamada pelos mais importantes críticos da época, de João Gaspar Simões («dos melhores poetas portugueses contemporâneos») a Jacinto Prado Coelho («dos casos mais extraordinários da poesia portuguesa»). A sua obra foi incluída em antologias, como a Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa (1959), de Maria Alberta Menéres e E.M. de Melo e Castro, ou a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (1965), de Natália Correia. Colaborou com poemas, artigos e entrevistas nos principais jornais e revistas dos anos 40 e 50. Viveu em Londres, Paris, Copenhaga. Publicou quatro livros de poesia. Depois desapareceu, e foi esquecida.



Minha review no GoodReads


Depois de ter lido Na Curva Escura dos Cardos do Tempo: Poesia Reunida, fiquei muito curiosa com o desaparecimento de Leonor de Almeida do mundo das letras. Para matar a curiosidade, tinha de ler Tatuagens de Luz, que é como se estivéssemos a ver um documentário, mas em forma escrita.


Neste livro, Cláudia Clemente faz um verdadeiro trabalho de resgate literário.


Tudo começou com o quadro de Moniz Pereira, datado de 1949, que pertenceu primeiro à avó de Cláudia, depois à mãe, e que após o seu falecimento lhe chegou como parte da herança.


Moniz Pereira, 1949


Cláudia Clemente dá-nos uma pequena introdução sobre o que a levou a começar a investigação.

E um dia acordei após mais uma noite mal dormida e decidi que estava na altura de fazer alguma coisa. Algo que me impedisse de enlouquecer. E então lembrei-me do Moniz, da forma como me chegara às mãos.
Segundo a minha mãe, o quadro surrealista tinha-nos sido vendido pela esteticista da minha avó (…) A senhora, além de esteticista da minha avó, era também poeta.
«Poeta?», perguntara eu, céptica perante a junção de tão díspares profissões e antevendo, talvez, sonetos de gosto duvidoso rabiscados num caderninho de linhas ao domingo à tarde.
«Não sejas preconceituosa. Vai ler a obra dela», (…)
Lamento não ter dado ouvidos na altura ao desafio da minha mãe.
(…)
Quando, vinte e tal anos mais tarde, me embrenhei no que viria a ser esta cruzada, tentei recordar com precisão as suas palavras, toda a preciosa ainda que escassa informação que me dera acerca da Leonor.


Ao longo da investigação há um encadeamento de pequenas coincidências, encontros fortuitos e pistas inesperadas, que dão a sensação de que o universo conspirava para que a história de Leonor de Almeida viesse à luz do dia.
O trabalho da autora foi notável, feito com muito carinho, respeito, rigor e sensibilidade, e graças à sua persistência – mesmo quando tudo pareciam becos sem saída – foi possível resgatar mais uma mulher silenciada.