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[Opinião] Tempestade sobre a Vila dos Tecidos - Anne Jacobs

                                   



Título: Tempestade sobre a Vila dos Tecidos

Série: Die Tuchvilla-Saga #5

Autor: Anne Jacobs

Data de Leitura: 24/08/2025 ⮞ 31/08/2025

Classificação: 


Sinopse

A tempestade que ameaça a Alemanha e o mundo, abate-se sobre a Vila dos Tecidos


Enquanto a Alemanha caminha em direção à guerra, a família Melzer tem de salvar a sua adorada Vila dos Tecidos.


Augsburgo, 1935. A tempestade que se abate sobre a Alemanha também ameaça a paz e a tranquilidade da família Melzer e da Vila dos Tecidos. O famoso ateliê de costura de Marie está à beira da ruína quando se espalha a notícia de que ela é descendente de judeus. O seu marido, Paul, tem de lidar com a terrível situação financeira da fábrica dos tecidos Melzer e com a crescente pressão do governo. Quando Paul é aconselhado a divorciar-se da mulher, com urgência, Marie terá de tomar uma decisão importante que mudará a vida de todos para sempre...



Minha review no GoodReads


Five down, one to go!


Na Alemanha, Hitler e o nacional-socialismo continuam o seu percurso de horror, cujo desfecho todos conhecemos. Marie e Leo estão em segurança nos Estados Unidos da América (que ironia). Na Vila dos Tecidos, a vida segue o seu rumo: uns mais a favor do homenzinho de bigode, outros nem tanto.

[Opinião] A Vidente - Lars Kepler

          


                        

Título: A Vidente

Série: Joona Linna #3

Autor: Lars Kepler

Data de Leitura: 27/08/2025 ⮞ 31/08/2025

Classificação: 


Sinopse

«Por todo o mundo, sempre que a Polícia se depara com casos particularmente difíceis, recorre a médiuns e espíritas. No entanto, em nenhum documento figura a colaboração de um médium para a resolução de um crime.»

Flora Hansen diz-se espírita e garante ser capaz de falar com os mortos. Certo dia, ouve na rádio uma notícia sobre o caso de uma jovem assassinada num centro de acolhimento de menores e, na tentativa de ganhar um dinheiro extra, decide telefonar para a Polícia dizendo que o espírito da morta entrou em contacto com ela. No entanto, os resultados da investigação técnica atribuem a autoria do crime a outra das internas, uma jovem sensivelmente da mesma idade, que desde então está a monte.

O comissário da Polícia Joona Linna resiste à versão oficial e inicia uma investigação por sua própria conta. Mas cada nova resposta parece apenas conduzir a um novo enigma e a mais um beco sem saída. E ninguém se dispõe a ouvir a vidente, embora ela fale com os mortos.



Minha review no GoodReads


Nos idos de 2013 tropecei nesta dupla e li O Hipnotista, de que gostei bastante. Em 2014, li o segundo da série, O Executor, mas a coisa já não correu tão bem e deixei a série de lado. Onze anos depois, regressei e, embora com algumas reticências devido ao título A Vidente – sou muito pouco dada a assuntos esotéricos – arregacei as mangas e iniciei a leitura.


Este tipo de livros cumpre bem o seu propósito: agarrou-me desde o início e, mesmo tendo outras leituras em mãos, esta esteve sempre à frente de todas. Ainda que tenha descoberto o assassino (não era difícil), o interesse na história não esmoreceu. O pior é acabar daquela maneira que quase me leva a pegar de imediato no próximo.


#CrimeNaAreia

[Opinião] A Floresta do Mal - M.J. Arlidge

                            


      

Título: A Floresta do Mal

Série: Helen Grace #8

Autor: M. J. Arlidge

Data de Leitura: 15/08/2025 ⮞ 27/08/2025

Classificação: 


Sinopse

Sem terem por onde fugir, ou um lugar onde se esconder, nem quem os ouça gritar.

Existe algo demoníaco na floresta. Primeiro, cavalos selvagens foram abatidos. Depois, mulheres e homens inocentes foram caçados e brutalmente assassinados por uma figura sem rosto. Perdidos na escuridão, tentaram fugir e esconder-se.

Em desespero, pediram ajuda, mas não havia ninguém para ouvir os seus gritos. Agora, a inspetora Helen Grace é chamada ao local dos crimes para enfrentar um novo pesadelo. Lá descobre corpos pendurados em árvores e perfurados por setas de besta. O que terá motivado estas execuções? Poderá ser um psicopata?

Ou serão estes corpos alguma espécie de oferenda à natureza?

Para descobrir a verdade por detrás deste caso desafiador e macabro, Helen Grace terá de enfrentar a mais profunda escuridão, numa verdadeira corrida contra o tempo para evitar mais mortes. Incluindo a sua.


Minha review no GoodReads


Depois do último livro da série não ter sido lá grande espingarda, este voltou ao registo normal.

Jovens campistas aparecem mortos no coração de New Forest, e lá vamos nós atrás do assassino. Desta vez ele está equipado com uma besta, e espalha o terror na floresta.




O coração de Helen Grace - solteira, sem filhos, workaholic e badass - está a amolecer. Não sei se gosto!

Mais um #CrimeNaAreia

[Opinião] A Aldeia - William Faulkner

         



Título: A Aldeia

Série: The Snopes Trilogy #1

Autor: William Faulkner

Data de Leitura: 27/07/2025 ⮞ 24/08/2025

Classificação: 


Sinopse

Jody Varner, filho do grande proprietário do Velho Domínio do Francês, está a cortar corda no armazém quando vê chegar um homem baixo, de chapéu de abas largas e casaco demasiado grande. «O meu nome é Snopes. Ouvi dizer que tem uma quinta para alugar. » Sobre os Snopes correm histórias de um passado sombrio, com indícios criminosos que à primeira vista os tornam vítimas fáceis em jogos de poder. Mas rapidamente a enigmática família de jornaleiros dá provas de que a sua presença naquela aldeia do sul dos Estados Unidos será tudo menos passiva. Numa sucessão de incidentes assustadores contados com humor retorcido, A Aldeia marca o arranque da trilogia construída por William Faulkner em torno da família Snopes. Um romance surpreendente e um empolgante predecessor de A Cidade, o segundo momento da saga.



Minha review no GoodReads


William Faulkner – Prémio Nobel da Literatura, 1949

"por sua contribuição forte e artisticamente incomparável para o moderno romance americano"




William Faulkner (1897-1962) nasceu e morreu no estado do Mississippi e é hoje reconhecido como uma das grandes vozes da literatura americana do século XX. 
Ao longo da sua carreira recebeu o Prémio Nobel da Literatura e dois Pulitzer, conquistados com A Fábula e Os Ratoneiros.

Publicado em 1940, A Aldeia é o primeiro volume da Trilogia Snopes, que tem continuação com A Cidade e A Mansão. 

Neste livro acompanhamos a chegada da família Snopes à mítica Yoknapatawpha, mais concretamente à comunidade de O Domínio do Francês. Vindos de origens humildes e inicialmente apenas arrendatários da influente família Varner, os Snopes começam a ascender socialmente — não pela admiração ou mérito, mas através de uma estratégia dissimulada e controversa que, pouco a pouco, lhes vai garantindo poder.

A personagem princiapl é Flem Snopes, um homem frio, ambicioso e sempre a calcular os seus passos, que pouco a pouco vai conquistando terreno numa comunidade fechada e desconfiada de estranhos. À sua volta movem-se outras personagens: Ab Snopes, o patriarca da família, e V. K. Ratliff, um vendedor de conversa afiada que, sempre que pode, tenta pôr travão às manobras da família Snopes.

A construção da narrativa é episódica, quase como um puzzle de histórias soltas que lentamente compõem um retrato social. Mas foi precisamente aqui que a minha leitura emperrou, a sensação constante de que nada avançava, de que voltávamos sempre ao mesmo lugar, tornou a experiência enfadonha, arrastada, confusa e pouco gratificante.

Não há dúvida de que Faulkner escreve com mestria. As descrições são minuciosas, a oralidade é captada com grande precisão, e o humor — tantas vezes apontado como um dos trunfos do livro — é subtil e corrosivo. No entanto, a maior distância que senti foi em relação às personagens. Não consegui criar empatia com nenhuma delas e a leitura acabou por se transformar mais num exercício de apreciação técnica do que num verdadeiro envolvimento emocional.

[Opinião] Flores Modernas - Chrysanthème

         


                      

Título: Flores Modernas

Série: -

Autor: Chrysanthème

Data de Leitura: 17/08/2025 ⮞ 21/08/2025

Classificação: 


Sinopse

"Flores modernas" é um contundente exemplo da escrita feminista de Chrysanthème. Entre as várias personagens que circulam em suas páginas, pelas ruas do Rio de Janeiro dos anos 20, estão mulheres com os mais variados anseios e sonhos. Algumas resignadas aceitam o seu destino, outras, no entanto, se dispõem a lutar pelos seus desejos ainda que enfrentando os valores impostos pela sociedade de seu tempo. Esta reedição do livro publicado em 1921 teve a ortografia atualizada e conta com notas explicativas, para termos e palavras fora de uso.


Minha review no GoodReads


Publicar um romance em 1921 no Rio de Janeiro, assinado por uma mulher e cheio de personagens femininas que bebem, maquilham-se, traem e falam demais, não era propriamente uma receita para o sucesso. Mas Chrysanthème — pseudónimo de Cecília Vasconcelos — não pediu licença.

Flores modernas, o seu primeiro romance, abre a série de livros em que as mulheres invadem o espaço público, enfrentam maridos, discutem moda, política e, claro, desejam.

O livro é um ramalhete de perfis femininos, cada uma delas metaforizada em flor:

Maria José, a jovem loira oxigenada que ri alto, usa saias curtas e sonha em casar — representa o choque de gerações: pinta-se, desafia convenções, casa-se com um velho comendador por conveniência e, logo depois, mergulha numa vida de cinemas, amantes e vestidos ousados. Não é preciso muito para prever que a liberdade conquistada terá um preço alto.

Henriqueta, a femme fatale de cabelos ruivos, casada mas adúltera, sempre cercada de dândis e do burburinho carioca.

Hortência, a amiga fiel, boa mãe, abandonada pelo marido — modelo da mulher “respeitável”, mas igualmente infeliz.

Essas três “flores” passeiam-se pelo Rio de Janeiro dos anos 20, teatros, eléctricos/bondes, confeitarias, festas em Laranjeiras.

Entre avós moralistas (D. Anninha, que vê no batom e no decote sinais do Apocalipse) e mães hesitantes (Maria Luíza, sempre dividida entre a voz da tradição e o fascínio pelo novo), a cidade moderna serve de palco aos desejos reprimidos que começam a ganhar espaço.

Mas o romance é menos sobre estas “flores” e mais sobre as ervas daninhas do patriarcado. Chrysanthème desmonta os papéis tradicionais — esposa fiel, mãe dedicada, jovem recatada — e mostra o que acontece às mulheres que ousam escapar aos padrões. A modernidade aparece como promessa e maldição: se, por um lado, abre espaços (moda, ruas, trabalho), por outro, cobra caro das que se atrevem a vivê-la.

Flores modernas acaba por ser um romance contraditório. Tem um pé no século XIX (prosa ornamental, ecos do folhetim) e outro no século XX (crítica social, protagonismo feminino, ironia corrosiva). Lê-lo hoje é como abrir um álbum de família e descobrir bisavós rebeldes, que já em 1921 cortavam o cabelo “à rapaz”, riam demasiado alto e eram punidas por isso.

Chrysanthème não escrevia para agradar ao cânone, mas para provocar a moral da sua época. E conseguiu, as suas flores continuam a incomodar, o que só as torna ainda mais modernas.

[Lido] Depois da prisão em massa: uma história verdadeira - Arnaud Delalande

                                 



Título: Depois da prisão em massa: uma história verdadeira

Série: -

Autor: Arnaud Delalande

Data de Leitura: 15/08/2025 ⮞ 17/08/2025

Classificação: 


Sinopse

Joseph Weismann tem onze anos quando, no dia 16 de julho de 1942, as autoridades do governo colaboracionista de Vichy, na França ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, fazem uma prisão em massa de judeus em Paris. Joseph e sua família são levados para o Velódromo de Inverno e depois, em vagões destinados a animais, para um campo de triagem em Beaune-la-Rolande, na região central do país. Ninguém sabe ao certo o que acontecerá ali.

Numa manhã, Jo é separado de seus pais e de suas irmãs, que são, em seguida, levados para outro local. Agora, no campo, restam apenas crianças, e uma outra guerra começa: a de um garoto de onze anos que luta para sobreviver e reencontrar seus pais e irmãs. Junto com outro menino, Joseph consegue escapar do campo, mas as feridas dessa época não cicatrizarão com o tempo.

Hoje, aos 91 anos, Joseph não se cansa de contar a história dessa guerra particular, que nunca terminou realmente. Todos nós somos herdeiros de sua dor e de suas esperanças.


Minha review no GoodReads


Nunca aceitem o inaceitável.






 

Zâmbia

[Opinião] Terra Ferida - Clare Leslie Hall




Título: Terra Ferida

Série: -

Autor: Clare Leslie Hall

Data de Leitura: 10/08/2025 ⮞ 16/08/2025

Classificação: 


Sinopse

Beth e o seu amável marido, Frank, têm um casamento feliz, mas ambos guardam segredos, e a sua relação depende do facto de o passado permanecer enterrado. Mas quando Jimmy, o cunhado de Beth, mata um cão que invade a quinta onde moram, Beth não se apercebe de que o tiro irá alterar o rumo das suas vidas. O cão pertencia a Gabriel Wolfe, o homem que Beth amava na adolescência e que lhe partiu o coração.

Gabriel regressou à aldeia com o seu filho Leo, um rapaz que faz lembrar muito a Beth o seu próprio filho, que morreu alguns anos antes num trágico acidente. À medida que Beth é puxada de volta para a vida de Gabriel, as tensões na aldeia aumentam e perigosos segredos e ciúmes do passado ressurgem, desta vez com consequências fatais. Beth é, então, forçada a fazer uma escolha entre continuar a ser a mulher que se tornou ou transformar-se na mulher que um dia desejou ser.



Minha review no GoodReads


Ora vamos lá! E tendo em conta as críticas tão positivas que li, aqui fica a minha opinião impopular.

Uma história de amor, um julgamento e um segredo. Por momentos até pensei que tinha todos os ingredientes para ser uma leitura daquelas que arrancam lágrimas às pedras da calçada. A verdade é que fiquei num limbo entre gostar e não gostar, sobretudo porque o livro tinha muito potencial.

Apesar de, em certos momentos, a história soar realista, nem mesmo o triângulo amoroso cheio de drama me convenceu. As personagens pareceram-me rasas, sem despertar simpatia ou empatia. Nem a protagonista, nem as crianças se safam. E o Frank… bah! Tão perfeito que até apetece dar-lhe dois estalos e dizer-lhe: “acorda para a vida!”.

As histórias de amor que se vão desenrolando soam todas a falso — não consegui acreditar em nenhuma. Quanto aos segredos de família, estavam ali à vista de todos desde o início, demasiado óbvios para me surpreenderem.