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[Lido] No Cabo Horn aos Vinte Anos - Jean-Michel Barrault

         


Título: No Cabo Horn aos Vinte Anos

Série: -

Autor: Jean-Michel Barrault

Data de Leitura: 1980-1989

Classificação: -


Sinopse

Foi num 8 de setembro. Lembrem-se. O tempo estava bom, a brisa era leve, a baía de Portsmouth coberta por uma névoa suave. Partiram no meio da mais prodigiosa flotilha jamais vista numa linha de partida. A angústia perante as incertezas, face à dimensão da empreitada — parece que ninguém a sentia, então.

Marcada pelo desarvore do Pen-Duick VI, a primeira etapa revelou também um candidato inesperado à vitória: Sayula II. Alguma vez se vira um mexicano vencer uma regata oceânica?

A 7 de novembro, partiram novamente. A etapa mais curta, realizada em menos de um mês pelo mais rápido — o Pen-Duick VI — foi também a mais dura. Muitos barcos foram virados, com os mastros dentro de água. O Sayula II adernou a 150°. Paul Waterhouse, no Tauranga, e Dominique Guillet, no 33-Export, foram arrastados pelas vagas. O Sayula II terminou, vencedor, essa etapa cruel, à frente do Grand Louis e do Kriter.

A 29 de dezembro, nova partida, agora para a etapa mais longa e mais temida. Mas esta revelar-se-ia clemente. Excepto para o Pen-Duick VI, desarvorado de novo, dois dias após a largada.

O cabo Horn deixou à maioria uma recordação deslumbrante de beleza e majestade. Mas o mar nem sempre foi clemente. O Tauranga, com tormentina içada, foi virado, tal como o Second Life, logo após o cabo. E o oceano foi mais uma vez cruel para Bernard Hoskings, tripulante do Great Britain, e Pierre Bron, do Pen-Duick III, ambos perdidos no mar.

O Adventure chegou primeiro ao Rio, à frente do Sayula II. A última etapa, que viria a confirmar a vitória do Sayula II, seria apenas uma longa formalidade? Não. Faltavam ainda 5 500 milhas para percorrer, opções meteorológicas delicadas, lugares por conquistar ou perder, e a inquietação quanto aos mastros fatigados.

"Uma regata", dizia Tabarly antes da partida, "só está ganha quando se cruza a linha de chegada."

Até a última consolação — cruzar essa linha, em Portsmouth, pela honra — lhe seria negada.

Partiram dezasseis barcos para dar a volta ao mundo. Todos regressaram. Quatro homens pagaram com a vida o preço da aventura.

Foi o risco excessivo? Para a centena de tripulantes que fecharam o círculo, que significa esta volta ao mundo?


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