Série: -
Autor: Afonso Cruz
Data de Leitura: 13/09/2022 ⮞ 15/09/2022
Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Na biblioteca do faraó Ramsés II estava escrito por cima da porta de entrada: «Casa para terapia da alma». É o mais antigo mote bibliotecário. De facto, os livros completam-nos e oferecem-nos múltiplas vidas. São seres pacientes e generosos. Imóveis nas suas prateleiras, com uma espantosa resignação, podem esperar décadas ou séculos por um leitor.
Somos histórias, e os livros são uma das nossas vozes possíveis (um leitor é, mal abre um livro, um autor: ler é uma maneira de nos escrevermos).
Nesta deliciosa colheita de relatos históricos e curiosidades literárias, de reflexões e memórias pessoais, Afonso Cruz dialoga com várias obras, outros tantos escritores e todos os leitores.
Este é, evidentemente, um livro para quem tem o vício dos livros.
Minha review no GoodReads
Gabriela Cabal disse numa conferência que «um leitor tem a vida muito mais longa do que as outras pessoas, porque não morre até acabar o livro que está a ler. O seu próprio pai, explicava Gabriela, tinha demorado imenso a falecer, porque vinha o médico visitá-lo e, abanando tristemente a cabeça, garantia: “Não passa desta noite”; mas o pai respondia: “Não, nem pense, não se preocupe, não posso morrer porque tenho de acabar O Outono do Patriarca .” E, assim que o médico se ia embora, o pai dizia: “Tragam-me um livro mais grosso.”
Enquanto isso, amigos do meu pai, que eram saudáveis, fartavam-se de morrer. Por exemplo, uma pobre senhora que só foi ao médico fazer um check-up já não saiu”, acrescentava Gabriela.»
“É que a morte também é leitora, por isso, aconselho a que andem sempre com um livro na mão, porque, quando a morte chega e vê o livro, espreita para ver o que estamos a ler, tal como eu faço no autocarro, e distrai-se.”»