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[Opinião] A Terceira Índia e A Nova Índia - Iris Bravo

                





         

Título: A Terceira Índia e A Nova Índia

Série: A terceira índia #1 e #2

Autor: Iris Bravo

Data de Leitura: 21/11/2021 ⮞ 01/12/2021

Data de Leitura: 02/12/2021 ⮞ 06/12/2021

Classificação: 


Sinopse

#1

Sofia tem 32 anos, é professora num colégio em Lisboa e casada com um arquiteto de uma família nobre ribatejana. Ele conservador e ela liberal, não tinham nada em comum quando se apaixonaram numas férias de verão dez anos antes. Viveram um namoro feliz seguido de um casamento de sonho, desgastado pela sua obsessão por uma gravidez.Quando descobre que foi traída, Sofia aceita uma proposta para substituir a sua mentora e viaja para o interior de Moçambique.Disposta a viver aventuras, envolve-se com Alex, um homem que a atrai, apesar dos seus modos secos e do pressentimento de que lhe esconde algo.Corajosa e determinada, Sofia irá descobrir tudo aquilo de que é capaz, incluindo arriscar a sua vida.


#2

Sofia assinou um acordo de divórcio e partiu para Moçambique.

Disposta a viver aventuras e sem saber que continuava casada, envolveu-se com Alex, que lhe revelou os seus segredos e por que não queria ter filhos. Foi por isso que quando ela descobriu que estava grávida, regressou a Portugal sem lhe contar.

Assim que aterra em Lisboa, o seu marido Ricardo espera-a, arrependido de a ter magoado e decidido a tudo para a reconquistar.

Quando os seus olhos a fitaram, o seu coração parou. «E agora?»

Dividida entre quem acreditava ser o homem da sua vida e um grande amor, a Terceira Índia terá de criar o seu futuro e enfrentar novas ameaças, que irão testar a sua coragem e levá-la aos seus limites.


Minha review no GoodReads

Antes de começar a ler A Terceira Índia e A Nova Índia devia ter lido uma pequena entrevista, que encontrei algures na net, enquanto tentava perceber o que levou tanta gente a gostar disto, em que a autora responde assim à questão colocada:

Do género “quem leu o livro x gostará do meu”, que livros escolhia?
Escolhia o Raparigas como Nós da Helena Magalhães.

Sim, teria bastado isto. Tentei ler o Raparigas como nós, e achei aquilo tão mau que não consegui passar das primeiras páginas.

Estes dois – A Terceira Índia e A Nova Índia – tiveram, pelo menos, a vantagem de os ter conseguido ler até ao fim (vá, também não li tudo porque há partes chatas pra burro).
Acho que estava num momento de puro masoquismo sádico.

A história até tinha bastantes temas difíceis de abordar, como a infertilidade feminina, o machismo, o tráfico de mulheres para a prostituição e/ou para a venda de órgãos e o lugar da mulher em pleno século XXI. Pois é, temas interessantes e que poderiam fazer a diferença se não fossem apenas palavras soltas ao longo das mais de 700 páginas destes dois volumes.

A escrita também não me conquistou, aliás, há hoje em dia uma mania de que se deve narrar tudo o que acontece ad nauseam.

Perdi a conta ao número de vezes que o marido a beijou entre o canto do olho e a raiz dos cabelos . Na última contagem ia em 459.632. Uma maçada!

Não consegui criar empatia com as personagens, são do mais básico que há. Todos betos, ou melhor também há os pseudo hippies da margem sul. O mais importante são as festas, as compras, os carros, os jantares nos restaurantes da moda, as idas ao Lux, o dinheiro das famílias, as aparências e o sexo. Sim, o sexo!, porque também aqui levamos com sexo na praia, no anexo da piscina, no hotel, no sofá, no carro, na cozinha, durante o pic-nic, na cascata etc. Na última contagem ia em 23.457...uma canseira!

A personagem principal, a Sofia a.k.a. Sofi (que originalidade!) é uma mulher mimada, imatura, incoerente, obcecada, volúvel, mas ecologista. O Ricardo, um homem lindo de morrer, com olhos verdes, é um homem de fé, aquele que apenas considerava casar-se pela igreja, que era contra a legalização do aborto, mas também era o engatatão das pitas na Praia da Luz, no Algarve. O Alex é o bom gigante cabo-verdiano, que apenas serve para contracenar com uma Sofi separada do marido, e com necessidades a serem satisfeitas. O resto das personagens deixam ainda mais a desejar, demasiado superficiais, estereotipadas e sem nada a acrescentar à história.