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[Opinião] O Infinito num Junco - Irene Vallejo

       


        

Título: O Infinito num Junco

Série: -

Autor: Irene Vallejo

Data de Leitura: 13/02/2021 ⮞ 07/03/2021

Classificação: 


Sinopse

A Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.

Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.

É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.

Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.

Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir - contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.

É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.


Minha review no GoodReads


Afinal de contas, o que é uma história? Uma sequência de palavras. Um sopro. Uma corrente de ar que sai dos pulmões, atravessa a laringe, vibra nas cordas vocais e adquire a sua forma definitiva quando a língua acaricia o paladar, os dentes ou os lábios. Parece impossível salvar algo tão frágil.
Mas a humanidade desafiou a soberania absoluta da destruição ao inventar a escrita e os livros. Graças a essas descobertas, nasceu um espaço imenso de encontro com os outros e produziu-se um fantástico aumento da esperança de vida das ideias. De alguma forma misteriosa e espontânea, o amor pelos livros criou uma cadeia invisível de gente — homens e mulheres — que, sem se conhecerem, salvaram o tesouro dos melhores relatos, sonhos e pensamentos ao longo do tempo.


Esta é a história de um romance em coro ainda por escrever. O relato de uma fabulosa aventura coletiva, a paixão calada de tantos seres humanos unidos por esta misteriosa lealdade: narradoras orais, inventores, escribas, iluminadores, bibliotecárias, tradutores, livreiras, vendedores ambulantes, professoras, sábios, espias, rebeldes, viajantes, freiras, escravos, aventureiras, impressores. Leitores nos seus clubes, nas suas casas, em cumes de montanhas, junto ao mar que ruge, nas capitais onde a energia se concentra e nos enclaves afastados onde, em tempos de caos, o saber se refugia. Gente comum cujos nomes, em muitos casos, a História não regista. Os esquecidos, as anónimas. Pessoas que lutaram por nós, pelos rostos nebulosos do futuro.


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