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[Opinião] Manual De Pintura E Caligrafia - José Saramago

              


Título: Manual De Pintura E Caligrafia

Série: -

Autor: José Saramago

Data de Leitura: 24/05/2020 ⮞ 11/06/2020

Classificação: ⭐


Sinopse

«O Manual de Pintura e Caligrafia é uma obra ímpar no género da literatura autobiográfica entre nós e oferece-nos, no seu conjunto, um semental de ideias e uma carta de rumos da ficção de José Saramago até à data.

Nele se fundem as escritas de uma complexa e rica tradição literária e a experiência de um tempo vivido nos logros do quotidiano e das vicissitudes da história, que será a substância da própria arte.» Luís de Sousa Rebelo


Caligrafia da capa por JÚLIO POMAR


Minha review no GoodReads



José Saramago – Prémio Nobel da Literatura, 1998

"que, com parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia torna constantemente compreensível uma realidade fugidia"


José Saramago (1922-2010) nasceu na aldeia de Azinhaga, Ribatejo. Aos dois anos mudou-se com a família para Lisboa, onde estudou e concluiu o curso de serralheiro mecânico. Trabalhou como serralheiro, funcionário público na área da saúde e na previdência social, foi director literário de uma editora, jornalista e tradutor.
Manual de Pintura e Caligrafia é o seu terceiro romance, e foi publicado em 1977.

O Manual de Pintura e Caligrafia, escrito na primeira pessoa, apresenta o conflito do narrador personagem H., um pintor de retratos, cinquentão, que encontra num outro meio de expressão, a escrita, uma oportunidade de comunicação , de busca de auto-conhecimento, e de se relacionar com o mundo.
A estrutura do livro faz lembrar um diário, em que a narrativa dos acontecimentos é entrecortada com exercícios de autobiografia em forma de capítulo de livro .

E foram estes exercícios de autobiografia em forma de capítulo de livro que me conquistaram totalmente.

Saramago convida-nos a percorrer, com ele, os belos caminhos da Itália – Milão, Veneza, Florença, Siena etc – um roteiro cultural por museus, exposições e até mesmo prédios históricos. Saramago é um mestre nas descrições que nos transportam pela cultura clássica e pelas suas obras icónicas.

Por minha parte, declaro que sempre entrarei em Itália em estado de submissão total, de joelhos (…) A Itália devia ser (perdoe-se-me o exagero, se não tenho companheiros nele) o prémio de termos vindo a este mundo.

Florença é um coração do mundo, mas fechado e duro.

Olho a paisagem da Toscana, esse campo que não pode ser posto em palavras, porque nada seria escrever «colinas, cor azul e verde, sebes, ciprestes, paz, horizontes difusos»

E agora Siena, a bem amada, a cidade onde o meu coração verdadeiramente se compraz. (…)Desço ao campo, uma praça inclinada e curva como uma concha, que os construtores não quiseram alisar e que assim ficou, para que fosse uma obra-prima.



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