[Opinião] Manhã e Noite - Jon Fosse

     

            

Título: Manhã e Noite

Série: -

Autor: Jon Fosse

Data de Leitura: 05/09/2024 ⮞ 06/09/2024

Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse

Um romance sublime, místico e digressivo sobre a vida e a morte escrito numa linguagem verdadeiramente singular e poética.

Um menino está prestes a chamar-se-á Johannes como o avô e será pescador como o pai. Uma vida boa, é esse o desejo de quem o traz ao mundo, embora este seja um mundo duro, ruim e cruel. Um homem, velho e sozinho, chama-se Johannes e foi pescador. É o seu melhor amigo que o vem buscar rumo a esse destino onde não há corpos nem palavras, apenas tudo aquilo que se ama. Antes do regresso definitivo ao nada, Johannes revisita o museu da sua vida, longa, simples e quotidiana, confrontando-se paulatinamente com a morte num constante entrelaçamento de real e alucinação, passado e presente.

Manhã e Noite é um romance sobre o maravilhoso sonho que é viver e a aceitação do ciclo natural das coisas. Numa linguagem poética e elíptica, inovadora e despojada, Jon Fosse condensa toda uma existência em dois momentos-chave, urdindo uma reflexão encantatória sobre o significado da vida, Deus e a morte.

Minha review no GoodReads

Jon Fosse – Prémio Nobel da Literatura, 2023

"pelas suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível"

Com um estilo minimalista e poético, e uma linguagem simples, mas carregada de profundidade emocional, Jon Fosse apresenta-nos uma narrativa subtil em Manhã e Noite. O romance explora a dualidade entre a manhã e a noite, onde a manhã simboliza o início e a esperança, e a noite representa o fim e a reflexão.

Através de uma prosa reduzida e repetitiva, quase hipnótica, Fosse mergulha na complexidade da experiência humana, explorando como o tempo molda as nossas vidas e a nossa percepção do mundo. A narrativa, marcada pela simplicidade aparente, revela uma profundidade introspectiva que nos convida a uma reflexão sobre a passagem do tempo e o significado da existência.

Uma reflexão sobre os momentos que são tanto passageiros como duradouros na vida, convidando-nos a pensar sobre como o início e o fim se cruzam.