Título: Cartas Portuguesas
Série: -
Autor: Mariana Alcoforado
Data de Leitura: 03/08/2024 ⮞ 04/08/2024
Classificação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Este romance epistolar está escrito como sendo as cartas de amor de uma freira portuguesa, Soror Mariana Alcoforado (1640-1723), de um convento da cidade de Beja, a um oficial francês por quem se terá apaixonado. A autoria é contestada e atribui-se a autoria da obra a diferentes autores franceses do século XVII.
Minha review no GoodReads
As Cartas Portuguesas, publicadas pela primeira vez em 1669, são atribuídas a Mariana Alcoforado, uma freira portuguesa do Convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja. No entanto, a autenticidade e a autoria das cartas foram alvo de debate durante séculos. Muitos historiadores contemporâneos acreditam que as cartas foram escritas por Gabriel-Joseph de Lavergne, conde de Guilleragues, um autor francês, e que a sua publicação inicial em francês adiciona uma camada de mistério à sua origem.
Sejam “As Cartas” verídicas ou não, Mariana Alcoforado, existiu realmente, e o escândalo que houve em torno da sua pessoa, também foi verdadeiro.
A obra é composta por cinco cartas supostamente escritas por Mariana a um oficial francês, Noël Bouton de Chamilly, que a abandonou após uma relação amorosa intensa.
Mariana faz do Amor a sua Religião.
As cinco cartas seguem um percurso emocional que retrata um "decrescendo" sentimental, um movimento gradual da paixão intensa para a lucidez amarga.
Mariana inicia com um fervor apaixonado, expressa a dor da separação e a intensidade dos seus sentimentos. O amante é descrito como alguém decidido a um afastamento, justificando a sua partida com pretextos bastante mesquinhos.
À medida que as cartas progridem, Mariana começa a reconhecer a realidade do afastamento do amante.
As ilusões sobre o relacionamento e o amante começam a dissipar-se, à medida que a realidade se torna mais clara e os sentimentos de Mariana tornam-se mais reflexivos e críticos.
Mariana enfrenta finalmente a realidade do relacionamento. As ilusões e esperanças de reconciliação desaparecem completamente.
Ela reflecte sobre a situação com uma lucidez dolorosa, reconhecendo a natureza efémera e insustentável da ligação.
A evolução dos sentimentos de Mariana explica as numerosas contradições nas suas cartas. Inicialmente, a sua paixão é intensa e desafiadora, mas conforme a realidade se instala, a sua perspectiva torna-se mais crítica e autocrítica. Estas contradições reflectem a sua luta interna entre o desejo apaixonado e a aceitação dolorosa da realidade.