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[Opinião] Um Muro e Uma Cerca - Elisabete Martins de Oliveira

     


Título: Um Muro e Uma Cerca

Série: -

Autor: Elisabete Martins de Oliveira

Data de Leitura: 16/04/2024 ⮞ 22/04/2024

Classificação: 


Sinopse

Pequenos gestos podem mudar o rumo de uma vida.

Elias vive sozinho numa casa demasiado grande, já sem os três filhos, que emigraram, e sem a mulher, que morreu. Quando uma família se muda para a moradia ao lado — entre as muitas que de repente chegaram à Margem Sul do Tejo, desafiando-lhe o sossego —, desenvolve antipatia e desconfiança para com os vizinhos.

Do outro lado, contudo, um rapaz negligenciado pelos pais e pela avidez da vida moderna vai-se aproximando, curioso, apesar das barreiras erguidas por Elias. Com Santiago a começar de forma turbulenta o quinto ano na escola nova, o menino procura consolo e atenção junto do vizinho.

A sintonia entre Elias e Santiago cresce, mas uma notícia perturbadora vem ameaçar-lhes a amizade e trazer ao de cima as vidas difíceis que levam, e os segredos que escondem um do outro.


Minha review no GoodReads


Elisabete Martins de Oliveira é uma jovem mulher e autora, e isso nota-se não só na escrita, mas também na sua maturidade e na caracterização das personagens, especialmente a de Elias.


É uma história infanto-juvenil sobre a amizade entre um velho preconceituoso e rabugento, Elias, e uma criança "prodigiosa" de 10 anos, Santiago. Sim, prodigiosa, quase sobredotada. Ao Santiago, com apenas 10 anos, só falta ler os "Talismãs da Morte"!


Só me falta ler o último livro da saga do Harry Potter, Harry Potter e os Talismãs da Morte.


E mais, dá-se ao luxo de falar num passado que até parece remoto


Há alguns anos, li um livro sobre um velho rezingão que nunca sorria para as crianças.


Isto é uma das coisas que me fazem revirar os olhos. 🙄


Há muitos assuntos abordados na história – preço das casas, solidão, negligência infantil, bullying e até mesmo o racismo –, mas depois acabam como palavras soltas ao longo da história. Enquanto a crise na habitação e a solidão são temas que os mais jovens pouco ou nada se interessam, o bullying poderia ter sido mais explorado. Neste caso, Santiago é vítima de bullying e, apesar de todas as evidências que o miúdo apresenta, nenhum adulto – a mãe advogada, o pai contabilista e a professora – percebe ou tem capacidade para ver os sinais ou ouvir a criança. Acaba sendo uma coleguinha que o ajuda a denunciar a situação, que, por incrível que pareça, é tratada apenas na escola sem os pais terem grande participação.

Crianças geniais versus adultos medíocres.


As personagens adultas, tanto os pais de Santiago como os filhos de Elias, são superficiais, sem qualquer profundidade e cheias de estereótipos.

Houve duas cenas que achei completamente desnecessárias e que pouco acrescentam à história: quando Santiago sai mais cedo da escola e encontra a mãe em casa, e o desvario da mãe de Santiago no bairro social.