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[Opinião] Os Despojos do Dia - Kazuo Ishiguro

     


Título: Os Despojos do Dia

Série: -

Autor: Kazuo Ishiguro

Data de Leitura: 27/02/2018 ⮞ 05/03/2018

Classificação: 


Sinopse

Durante um passeio pelo campo, após trinta anos de serviço em Darlington Hall, Stevens, o mordomo perfeito, reflecte sobre o passado, num esforço de se convencer de que serviu a Humanidade servindo um «grande homem», Lord Darlington. Mas as recordações suscitam-lhe dúvidas quanto à verdadeira «grandeza» de Lord Darlington e dúvidas ainda mais graves quanto à natureza e ao sentido da sua própria vida...


Os Despojos do Dia é um estudo psicológico magistral e um retrato de uma ordem social e de um mundo em extinção, insular, pós-Segunda Guerra Mundial. «Os Despojos do Dia é um livro de sonho. Uma comédia de costumes que evolui magnificamente até se tornar um estudo profundo e tocante sobre a personalidade, a classe e a cultura.»



Minha review no GoodReads



Kazuo Ishiguro - Prémio Nobel de Literatura, 2017

“que, em romances de grande força emocional, descobriu o abismo sob nosso ilusório senso de conexão com o mundo"



Kazuo Ishiguro (Ish para os amigos) nasceu em Nagasáqui – Japão - 1954, mas desde os cinco anos que vive no Reino Unido.
Estudou inglês e filosofia na Universidade de Kent e tirou o mestrado em escrita criativa na Universidade de East Anglia. Antes das primeiras publicações de contos na revista “Granta” e do primeiro romance lançado em 1982 — As Colinas de Nagasaqui, trabalhou a ajudar sem-abrigo em Londres. Em 1983 foi considerado um dos melhores novos escritores britânicos.
Os despojos do dia é a sua terceira obra, vencedora de um Man Booker e adaptada ao cinema em 1993.

O romance começa em Julho de 1956. Um americano (novo-rico) comprou recentemente Darlington Hall, perto de Oxford, e no pacote vem um mordomo.
Ele é o narrador e o protagonista e esta é uma história de dignidade e grandeza, de perda e arrependimento.
Stevens, um homem impiedosamente formal cuja busca pela “dignidade” o leva a negar, durante todo o romance, os seus próprios sentimentos.
Durante 6 dias, o tempo que leva a fazer uma viagem de carro pelo campo inglês, Stevens vai recordando o seu trabalho, entre 1920-1956, em Darlington Hall. Descreve os grandes e elaborados jantares, as personagens importantes e elegantes que ficavam na mansão, as cimeiras organizadas pelo Lord Darlington, mas também relata outras histórias sendo a mais notável o relacionamento com a senhorita Kenton.
Os Despojos do dia é uma alusão ao declínio do Império Britânico e da sociedade que produzia este tipo de serviçais, mas também ao que resta da vida de Stevens e o que ele irá fazer com ela.

Gostei da escrita cuidada e complexa, mas gostei acima de tudo da forma como ele constrói personagens estranhos e reprimidos – Meu Deus do céu, Stevens é um chato de galochas!!!