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[Opinião] Manual para mulheres de limpeza - Lucia Berlin

    



Título: Manual para mulheres de limpeza

Série: -

Autor: Lucia Berlin

Data de Leitura: 16/12/2017 ⮞ 31/01/2018

Classificação: 


Sinopse

"Manual Para Mulheres de Limpeza" reúne o melhor da obra da lendária escritora norte-americana Lucia Berlin, comparada a escritores como Raymond Carver, Richard Yates, Marcel Proust e Chekov.

Com um estilo muito próprio, Lucia Berlin faz eco da sua própria experiência - tão rica quanto turbulenta - e cria verdadeiros milagres a partir da vida de todos os dias. As suas histórias são pedaços de vidas convulsas. Histórias de mulheres como ela: mulheres que riem, choram, amam, bebem, vivem e sobrevivem. Histórias de mães e filhas, casamentos fracassados e gravidezes precoces. Histórias de emigração, riqueza e pobreza, solidão, amor e violência. Seja em salões de cabeleireiro, lavandarias, consultórios de dentistas ou colégios de freiras, nestas páginas acontece o inesperado. Testemunham-se os pequenos milagres e tragédias da vida, que Lucia Berlin trata por vezes com humor, por vezes com melancolia, mas sempre com comovente empatia e extraordinária vivacidade, como se as personagens e os lugares - extraordinariamente reais, saltassem da página.


Minha review no GoodReads

Foram três coisas que me fizeram olhar para este livro:

- o título que para além de causar uma certa estranheza também causa impacto e aguça a curiosidade;
- a capa com uma mulher, neste caso a própria Lucia Berlin, a fumar. Algo raro nos dias de hoje;
- a autora, de quem nunca tinha ouvido falar.

“Conheci” Lucia Berlin através dos 43 contos que aqui estão reproduzidos dos cerca de 70 que ela escreveu.
São contos que têm um carácter autobiográfico em que a escrita é simples, sem floreados, sincera, mas extremamente realista, chega a doer. Parece que nos estão a contar histórias ao ouvido.
Os assuntos abordados são a solidão, a velhice, alcoolismo, aborto, relações humanas, abandono, abusos, traições…a vida.

Há contos que se interligam, nomes e personagens que se repetem, lugares perdidos como Texarkana – Texas, Baton Rouge – Luisiana ou Pucon – Chile;

Há referências a marcas incontestáveis na época: Greyhound, Kool, Jim Beam;

Há referências literárias: Yukio Mishima, Jean-Paul Sartre, Anton Tchekhov, Søren Kierkegaard, Edward Abbey, Chinua Achebe, Sherwood Anderson, Jane Austen, Paul Auster;

Há referências musicais como Lester Young, Dave Brubeck, ou John Coltrane (e eu nem gosto de jazz).

Lucia Berlin era uma mulher com uma bagagem cultural extraordinária e infelizmente pouco mais nos deixou para ser lido. Ela mostra como não existem vidas perfeitas, saudáveis e totalmente felizes mas que acima de tudo a vida é uma aventura e é aquilo que quisermos fazer dela.

Muito bom!