Título: A Campânula de Vidro
Série:
Autor: Sylvia Plath
Data de Leitura: 17/02/2018 ⮞ 20/02/2018
Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse
«The Bell Jar surgiu em Inglaterra, em 1963 com autoria atribuída a Victoria Lucas.
O motivo que terá levado Sylvia Plath a recorrer a um pseudónimo, prende-se com a óbvia coincidência existente entre personagens, eventos e lugares ali descritos, e a realidade biográfica da autora. Essa confusão entre realidade e ficção tem servido, ao longo dos anos, a uma vasta panóplia de equívocos que mais não fizeram do que dissimular o lugar da sua obra poética e narrativa na literatura anglo-americana contemporânea.»
Do Posfácio
Minha review no GoodReads
Um grito de desespero, um pedido de ajuda que foi ouvido tarde de mais.
A depressão é definida como um estado subjectivo interno de “tristeza” ou “infelicidade” acompanhado por pensamentos negativos sobre si próprio, do seu passado e futuro e cujos sintomas físicos, em conjunto, limitam o funcionamento habitual, profissional, social, interpessoal, etc.
A campânula* de vidro é um livro perturbador, poderoso e maravilhosamente triste. A morte de Esther/Sylvia espreita a cada página, deixando-nos com um sentimento de impotência face ao que irá acontecer.
A escrita de Sylvia de uma simplicidade deliciosa é também soberba, atraente e sombria.
As palavras sufocam e doem.
Sylvia Plath cometeu suicídio a 11 de Fevereiro de 1963. Deixou-nos A Campânula de Vidro (1963) como seu único romance e The Colossus and Other Poems (1960). A execução do seu testamento foi confiada a Ted Hughes, seu marido, que editou, em 1965, Ariel , considerado por muitos a sua grande obra.
Fazendo uma rápida pesquisa, na internet, podemos encontrar dois poemas, declamados pela própria;
e também um artigo publicado em 2011, no jornal The Telegraph, sobre uma exposição, na The Major Gallery, em que foram exibidos 44 desenhos de Sylvia Plath.
Algumas curiosidades sobre The Bell Jar:
- Sylvia Plath queria escrever um romance como o The Snake Pit de Mary Jane Ward ;
- A Campânula de Vidro foi inicialmente publicado sob o pseudónimo Victoria Lucas por dois
motivos: proteger as pessoas que estavam ficcionadas no livro, e não constranger a sua mãe;
- Originalmente a personagem principal também tinha o nome de Victoria mas por pressão do seu editor Sylvia alterou-a para Esther.
- Em 1953, Sylvia Plath foi “editora” convidada da revista Mademoiselle;
- A personagem Philomena Guinea foi baseada na madrinha literária de Sylvia Plath, Olive Higgins Prouty;
- Tal como Esther, Sylvia Plath também tentou suicidar-se, e também foi enviada para um Hospital Psiquiátrico;
- Depois de alguns anos de bloqueio, Sylvia escreveu este livro muito rapidamente – o rascunho ficou pronto em 70 dias;
- The Bell Jar foi adaptado ao cinema e estreou em 1979;
- Foi a primeira pessoa a ganhar um Prémio Pulitzer de Poesia, em 1982, a título póstumo.
* Campânula - Campânula (também chamada redoma) é um recipiente de metal ou de vidro em forma de sino, utilizado geralmente como equipamento de laboratórios de física e de botânica, para formar e manter o vácuo.