Título: A Aldeia das Almas Desaparecidas: Aquilo que Procuramos Está Sempre à Nossa Procura
Série: A Aldeia das Almas Desaparecidas #2
Autor: Richard Zimler
Data de Leitura: 11/09/2023 ⮞ 30/11/2023
Classificação: ⭐⭐⭐
Sinopse
Depois dos desesperados esforços para salvar a avó Flor do Fogo de Santo António que dizimava Salamanca, Isaaque Zarco regressa ao Porto, onde retoma o seu trabalho como assistente de alfaiate e participa ainda mais ativamente nos serviços da sinagoga clandestina da cidade. A pacatez dos seus dias, porém, é interrompida quando, já com dezassete anos, recebe uma carta da filha adotiva de Flor, Sálvia, informando-o de que a velha curandeira foi presa pelo Santo Ofício. Isaaque vê-se então mergulhar num mundo pérfido repleto de traições, que culminam no terrífico auto de fé de Madrid, de 1680. Pior do que tudo, fica a saber que, sob tortura, a velha curandeira denunciou outros dois amigos como judeus secretos. Será ele capaz de os salvar, correndo o risco de ser preso?
Amor, traição, sacrifício e coragem coexistem neste romance arrebatador, narrativa ímpar dos horrores da Inquisição, que eleva Richard Zimler ao pódio dos maiores contadores de histórias.
Minha review no GoodReads
Richard Zimler é um escritor norte-americano, nascido em Roslyn Heights, Nova Iorque, mas residente em Portugal desde 1990. É conhecido pelos seus romances históricos, muitos dos quais têm Portugal como cenário.
Não foi uma grande desilusão, mas foi decepcionante este diptico de Richard Zimler. Esperava um grande romance histórico, especialmente porque, no total, são 654 + 568 = 1 222 páginas, abordando um período sombrio da nossa história – Santo Ofício | Inquisição | Judeus | Autos de fé.
No primeiro volume, acompanhamos a vida de Isaaque Zarco. A sua infância é marcada pela avó Flor, judia e curandeira. É através da relação com a avó que Isaaque descobre as suas origens judaicas, começa a compreender e, posteriormente, a enfrentar a dura realidade da intolerância religiosa, da necessidade de esconder as suas origens e da discriminação imposta àqueles que não se submetem ao Santo Ofício. O primeiro volume termina com Isaaque, agora com 15 anos, a lutar contra uma epidemia – Fogo de Santiago – para salvar a avó.
No segundo volume, a jornada de Isaaque continua. Isaaque amadurece, enfrenta desafios e continua a sua busca pela verdade. As personagens secundárias são, na sua maioria, bem caracterizadas, e destaco Sálvia, uma anã cujo destino se entrelaça com o de Isaaque.
Sucessivos episódios ocorrem com diversas personagens. Ao terminar a leitura, fica a sensação de que toda a história foi uma sucessão de episódios, alguns dos quais seria interessante conhecer o desfecho, mas que são esquecidos nas muitas páginas do livro. Alguns episódios parecem pouco credíveis, não porque não existissem, mas porque a normalidade de certos comportamentos não é adequada à época. A narrativa carece de profundidade. Quanto à linguagem utilizada, pareceu-me adequada a uma audiência mais jovem.