Título: A Nossa Casa é onde Está o Coração
Série: -
Autor: Toni Morrison
Data de Leitura: 22/10/2017 ⮞ 24/10/2017
Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Frank Money regressa da guerra da Coreia em luta com os seus fantasmas. É um homem perturbado por um profundo sentimento de culpa pelas atrocidades que se viu obrigado a cometer e pela relutância em voltar à sua cidade natal na Georgia, onde deixou dolorosas memórias de infância e a pessoa que lhe é mais querida, a irmã. Mas quando recebe uma carta avisando-o de que Cee corre risco de vida, Frank regressa, atravessando uma América dividida pela segregação. Através desta viagem, e da viagem interior que o protagonista vai fazendo, a autora dá-nos a definição do que é o lar, o lugar onde estão os nossos afetos, numa combinação entre a realidade física e social e a subtileza psicológica e emocional.
Considerado um dos Melhores Livros do Ano pelo The New York Times e The Washington Post, A Nossa Casa é Onde Está o Coração
Minha review no GoodReads
Toni Morrison, Mulher, Negra, Feminista, a primeira mulher afro-americana a leccionar numa Universidade da Ivy League e a ganhar o Nobel da Literatura (1993). A citação usada pela academia sueca foi "que em romances caracterizados por força visionária e lastro poético, oferece vida a um aspecto essencial da realidade dos Estados Unidos".
Com uma escrita absolutamente fantástica, simples mas envolvente, clean e levemente poética, mas também crua e extremamente forte, Toni Morrison deixa-nos completamente maravilhados com a história de Frank, um veterano afro-americano, traumatizado com as experiências na guerra da Coreia, e Ycidra (Cee), a sua irmã mais nova. A viagem tem início após Frank receber uma carta que diz que Cee está a morrer e apenas ele a pode salvar. A cidade de Lotus, no estado da Geórgia é o destino, mas pelo caminho temos a oportunidade de conhecer a segregacionista, racista, machista e opressiva América dos anos 50. Intercalando com a viagem de Frank também temos algumas breves passagens, em itálico, que são as memórias de Frank.
Naquela altura, e para os afro-americanos, Home talvez fosse uma ilusão.
“Fiquei ali um longo momento a contemplar aquela árvore.
Tinha um aspecto tão forte,
Tão belo.
Ferida ao meio de cima a baixo
Mas viva e de saúde.
A Cee tocou-me no ombro
Ao de leve.
Frank?
Sim?
Anda, irmão. Vamos para casa.”