Série: La catedral del mar #1
Autor: Ildefonso Falcones
Data de Leitura: 20/11/2025 ⮞ 03/12/2025
Classificação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Século XIV. A cidade de Barcelona encontra-se no auge da prosperidade; cresceu até ao humilde bairro dos pescadores, cujos habitantes decidem construir, com o dinheiro de uns e o esforço de outros, o maior templo mariano conhecido: Santa Maria do Mar.
Uma construção paralela à desditosa história de Arnau, um servo da terra que foge dos abusos do seu senhor feudal e que se refugia em Barcelona. Daqui se torna cidadão e, assim, num homem livre. O jovem Arnau trabalha como estivador, palafreneiro, soldado e cambista. Uma vida extenuante, sempre à sombra da Catedral do Mar, que o tirará da condição miserável de fugitivo para lhe dar nobreza e riqueza.
Mas com esta posição privilegiada chega também a inveja dos seus pares, que tramam uma sórdida conspiração que põe a sua vida nas mãos da Inquisição… Lealdade e vingança, traição e amor, guerra e peste, num mundo marcado pela intolerância religiosa, a ambição material e a segregação social. Um romance absorvente, mas também uma fascinante e ambiciosa recreação das luzes e sombras do mundo feudal.
Minha review no GoodReads
Há uns anos li A Rainha Descalça e não gostei da experiência, e muito por conta disso parti para esta leitura com receio de voltar a passar por algo chato e penoso, mas tal não aconteceu.
N’A Catedral do Mar acompanhamos a vida de Arnau Estanyol, filho de um servo fugido, que cresce num ambiente hostil mas profundamente marcado pela devoção popular à construção de Santa Maria del Mar. A catedral funciona como um segundo protagonista, um símbolo de fé, de trabalho comunitário e, ao mesmo tempo, testemunha silenciosa das grandes mudanças da cidade.
É um daqueles romances históricos que conquista sobretudo pela sua capacidade de nos transportar para uma cidade em crescimento e de nos fazer “ver” a Barcelona medieval com os seus bairros, os ofícios, o comércio marítimo, os conflitos entre nobres e povo, e a força da Honra e da Igreja.
A história tem ritmo, é acessível e sabe equilibrar a explicação histórica com episódios de acção e conflito. Por vezes, é verdade que as sucessivas desgraças na vida de Arnau parecem acumular-se de forma quase melodramática, uma espécie de via-sacra que, embora cumpra a função de nos manter presos à narrativa, pode parecer excessiva. Ainda assim, percebo a lógica de Falcones, é através dessas desgraças que evidencia as estruturas sociais rígidas e cruéis da época.
