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[Opinião] No Tempo das Cerejas - Célia Correia Loureiro

                       


Título: No Tempo das Cerejas

Série: -

Autor: Célia Correia Loureiro

Data de Leitura: 08/02/2025 ⮞ 16/02/2025

Classificação: 


Sinopse

Um romance histórico profundo e apaixonante sobre a complexidade das relações humanas, que consolida Célia Correia Loureiro como uma voz surpreendente da nova geração.

Em 1947, Serafim Almeida - repórter em Londres e aspirante a novelista - regressa à Lisboa do pós-guerra e encontra uma metrópole vibrante. É então que recebe um convite inusitado de Irene Silva Vaz, uma cantadeira de fado com uma vida peculiar.

A curiosidade leva-o a percorrer Lisboa na companhia da fadista, enquanto esta procura expiar os seus fantasmas junto do velho repórter, pedindo-lhe que transforme as suas confissões num livro. Ao longo desse verão, Serafim ver-se-á enredado na sua teia intrincada de relatos de infância, de amores e ódios, de segredos familiares e, acima de tudo, da amizade tortuosa que Irene manteve com Helena Sousa - a costureira que parece assombrar todas as histórias da cantadeira.


Minha review no GoodReads


Desde há muito que Célia Correia Loureiro aparece na minha timeline aqui do GoodReads com classificações excelentes e recensões que a colocam como uma das grandes vozes desta nova geração de autoras portuguesas.


Optei por iniciar com este No Tempo das Cerejas – não contabilizo o conto A Lucidez que li em 2022 – por ser o mais recente e se passar nas ruas, vielas e becos de Lisboa, sempre com o fado como banda sonora.


Mas, entre uma Severa e uma Amália, saiu-nos na rifa uma cantadeira: Irene Silva Vaz. É como num cesto de cerejas, há sempre umas com bicho.


Irene decide contar a sua trágica história a um jornalista, Serafim Almeida, para futuramente ser publicada num livro. É assim que conhecemos as origens, as amizades, os amores, as dificuldades e as opções de vida da protagonista.

É durante as entrevistas entre Serafim e Irene que percorremos alguns locais interessantes da cidade de Lisboa como o Luna-Parque, a Estufa Fria ou o restaurante do aeroporto, mas pouco mais. Do fado, do fado vadio, da vida das fadistas, da noite lisboeta pouco nos é apresentado.


A história é lenta, a leitura também e o livro é demasiado grande o que torna tudo um pouco mais chato. Há demasiado Serafim nesta história, e ele nem vale isso tudo.


Embora não tenha nada a apontar à escrita da CCL (talvez a tenha achado aqui e ali um bocado pretensiosa) acho que lhe faltou alma, intensidade e paixão.


No final a autora deixa uma nota onde diz:


Que este livro seja uma ode a Lisboa e à portugalidade.


Lamento, mas não é uma ode a Lisboa nem tão pouco à portugalidade. Captar a essência de uma cidade e de um país exige muito mais do que isto.