Título: Lucy à beira-mar
Série: Amgash #4
Autor: Elizabeth Strout
Data de Leitura: 28/09/2024 ⮞ 03/10/2024
Classificação: ⭐⭐
Sinopse
Distinguida com o Prémio Pulitzer, a extraordinária escritora Elizabeth Strout regressa, neste romance, à sua icónica personagem Lucy Barton, protagonista de uma história de empatia, emoção, perda e esperança.
Quando o medo pandémico se apodera da cidade, Lucy Barton abandona Manhattan e muda-se com William, o seu ex-marido, para uma pequena cidade costeira no Maine. nos meses que se seguem, os dois vivem numa casa perto do mar, experiência que vai revelar-se transformadora. Lucy e William voltam a ser os companheiros de há tantos anos — a diferença é que se encontram isolados do mundo em colapso, estando a sós com um complexo passado, com as suas memórias e com os seus desejos.
Elizabeth Strout explora os interstícios do coração humano e compõe um retrato revolucionário e luminoso das relações íntimas durante os confinamentos. no cerne desta história estão os laços profundos que nos unem, mesmo quando separados: o vazio após a morte de alguém que amamos, ou o consolo de um antigo amor que afinal perdura.
Minha review no GoodReads
Quando, em março de 2020, a pandemia atingiu o planeta, William levou Lucy de Nova Iorque para o Maine e, nos meses seguintes, ficaram por lá, afastados do perigo, em confinamento numa casa que ficava na ponta de um promontório, no cimo de um penhasco, sem nenhuma outra por perto; era de madeira em bruto, fustigada pelas intempéries. Uma privilegiada!
É nesse lugar de privilégio que Lucy nos vai fazendo um resumo daquilo que todos vivemos, embora de formas diferentes, e dos principais acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos. Para isso, leio jornais ou assisto a programas televisivos da época.
A quantidade de assuntos trazidos é demasiada e, no fim, acabam todos como pequenos recortes ao longo da história:
- O impacto inicial da pandemia:
(…) cenas horripilantes, imagem após imagem de pessoas a serem levadas para as Urgências, ligadas a ventiladores, pessoal hospitalar sem máscaras ou luvas adequadas, e as pessoas não paravam de morrer. Ambulâncias a atravessarem as ruas a toda a velocidade.
- Os confinamentos e distanciamentos sociais:
- O impacto da Covid-19:
(…) há camiões de refrigeração mesmo à porta do nosso prédio, cheios de mortos, estão ali mesmo, quando saio à rua, e como se isso não bastasse, vejo-os pela janela.
- O circo político americano e a sua polarização:
- O racismo:
No final de maio, um polícia ajoelhou-se durante nove minutos e vinte e nove segundos em cima do pescoço de um homem negro. O homem chamava-se George Floyd. Via-se num vídeo o George Floyd a dizer: «Não consigo respirar, não consigo respirar» e o polícia não tinha expressão na cara enquanto estava ajoelhado em cima do pescoço do indivíduo, do George Floyd, que morreu.
- As questões de género:
- A invasão ao Capitólio:
E vi pessoas a atacarem o Capitólio em Washington (…) o Capitólio estava a saque. (…) Entendo aquelas pessoas que invadiram o Capitólio e partiram as janelas. (…) Não, aquelas pessoas no Capitólio eram nazis e racistas. E, assim sendo, a minha compreensão — o meu entendimento do partir das janelas — acabou ali.
- Os negacionistas e anti-vacinas:
- Religião:
Todos nós vivemos de uma forma ou outra estes eventos e, sem lhes retirar a sua importância histórica, parece-me ainda demasiado cedo para se romancear a história de forma tão precipitada. Nem a fugaz aparição de Olive salva o desastre, e gostava de ter visto mais de Bob Burgess.