Título: Conselhos à Minha Filha
Série: -
Autor: Nísia Floresta
Data de Leitura: 19/10/2024 ⮞ 19/10/2024
Classificação: ⭐⭐⭐
Sinopse
Conselhos à minha filha , de Nisia Floresta é um marco da literatura brasileira por ser a primeira obra de autoria feminina publicada no país, em 1842. O livro que à primeira vista pode parecer seguir a tradição da prosa moralista, com intenção doutrinária, configurada em um manual de conduta, foi escrita pela autora para sua filha, Livia, e revela-se como um manifesto feminista, que defende a educação e a emancipação feminina em uma época em que a sociedade patriarcal não encontrava oposição.
Escrito em formato em formato epistolar, a carta escrita de mãe para filha em tom afetuoso elenca os direitos e virtudes das mulheres no mundo oitocentista, sem deixar de alertar sobre os perigos de relações falsas e a importância das boas escolhas.
Esta reedição, baseada na 2a. edição do livro, publicada em 1845, teve a ortografia atualizada e conta com notas explicativas, para termos e palavras fora de uso.
Minha review no GoodReads
O pseudónimo Nísia Floresta pertenceu à potiguar Dionísia Gonçalves Pinto, nascida em Papari, no Rio Grande do Norte, em 1810. Viveu em vários estados brasileiros até se mudar para a Europa, onde faleceu em Rouen, em 1885.
Em 1948, os cidadãos de Papari, em homenagem à sua filha mais ilustre, mudaram o nome da cidade para Nísia Floresta.
Em 1954, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte providenciou o traslado dos seus restos mortais e construiu um jazigo na cidade que a viu nascer.
Nísia Floresta foi educadora, escritora e fundadora do Colégio Augusto, dirigido à educação feminina, no Rio de Janeiro.
Ler esta pequena carta escrita por Nísia à sua filha de 12 anos, Livia, é recuar 182 anos no tempo, para uma época em que as mulheres viviam “prisioneiras” nas suas casas e não tinham quaisquer direitos.
Embora haja muita moralidade nesta epístola, também há farpas certeiras.
Se procuro abrir-te e facilitar-te o caminho das ciências, se me esforço por dar-te uma educação, que entre nós se nega ao nosso sexo, é sem dúvida na esperança de que a minha cara filha, bebendo as saudáveis lições da sabedoria, procure dar um dia a seu espírito o realce das virtudes que tanto o enobrecem, e que é o único a torná-lo digno da estima e respeitos da sociedade. E como não pretendo limitar-me a dar apenas a teu espírito uma leve notícia da ciência que, diz o vulgo, não ser necessária à mulher, eu não temo que a vaidade, vício desprezível, que geralmente se atribui ao nosso sexo, infeccione tua alma.
Gostava de ler o Direito Das Mulheres e Injustiça dos Homens, mas acho difícil encontrar.