Título: Ninguém Escreve ao Coronel
Série: -
Autor: Gabriel García Márquez
Data de Leitura: 02/08/2020 ⮞ 02/08/2020
Classificação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Publicado pela primeira vez em 1961, Ninguém Escreve ao Coronel é o segundo romance de Gabriel García Márquez, escrito durante a sua estada em Paris, onde trabalhava como correspondente de imprensa desde meados dos anos 50.
Num estilo puro e transparente, com uma economia expressiva excepcional que marcava já o seu futuro como escritor, García Márquez narra com brilho inaudito a história de uma injustiça e violência: um pobre coronel reformado vai ao porto esperar, todas as sextas-feiras, a chegada de uma carta oficial que responda à justa reclamação dos seus direitos por serviços prestados à pátria. Mas a pátria permanece muda…
Minha review no GoodReads
É sempre bom regressar à escrita de Gabo.
Ninguém escreve ao Coronel foi escrito durante o seu exílio em Paris, no fim dos anos 50.
A história é simples, um Coronel reformado, a sua esposa asmática e um galo lutam pela sobrevivência enquanto os seus poucos bens vão desaparecendo.
O Coronel aguarda há quinze anos que a pensão prometida pelo governo chegue. Tinha participado na «revolução», ao lado Aureliano Buendía.
- Com quem falas - perguntou a mulher.
- Com o inglês disfarçado de tigre que apareceu no acampamento do coronel Aureliano Buendía - respondeu o coronel.
Vivem na mais profunda miséria.
O coronel destapou a caixa do café e verificou que não havia mais que uma colherinha. Tirou a panela do fogão, despejou metade da água no chão de terra, e com uma faca raspou o interior da caixa para dentro da panela até se soltarem as últimas raspas de pó de café misturadas com ferrugem da lata.
Há noites em que vão para a cama com fome, mas mesmo assim insistem em alimentar o galo, herança do falecido filho - Agustín.
Já várias vezes pus pedras a ferver para que os vizinhos não saibam que passamos muitos dias sem fazer comida.
Enquanto o Coronel tem o sonho de ganhar dinheiro com as lutas de galos, a mulher é mais pragmática.
- As ilusões não se comem - respondeu ela.
- Não se comem, mas alimentam - retorquiu o coronel.
Um livro curto cheio de criticas sociais e políticas, mas também com muita ironia e humor à mistura.

