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[Opinião] A Grande Arte - Rubem Fonseca

           


 

Título: A Grande Arte

Série: -

Autor: Rubem Fonseca

Data de Leitura: 30/06/2024 ⮞ 23/07/2024

Classificação: 


Sinopse

A Grande Arte' apresenta o personagem Mandrake, advogado charmoso e de prestígio, que se envolve em uma trama no submundo carioca e no deserto boliviano ao juntar-se com um matador profissional, especialista em facas, na tentativa de desvendar o misterioso assassinato de uma prostituta.


Minha review no GoodReads


Rubem Fonseca (1925-2020) nasceu em Juiz de Fora, MG, mas considerava-se um carioca. Era filho de pais portugueses, da região transmontana. Teve uma ampla experiência profissional: foi estafeta, escriturário, revisor e inspector de polícia até se formar em Direito. Estreou-se na literatura nos anos 60, quando dois contos da sua autoria foram publicados em revistas.


O seu trabalho na polícia forneceu-lhe uma visão privilegiada do submundo urbano, o que se reflecte nas suas histórias carregadas de violência, crítica social e uma análise profunda da mente humana. Ao longo da sua carreira, Fonseca publicou uma série de obras que se tornaram clássicos da literatura brasileira, como Feliz Ano Novo, A Grande Arte e Agosto. A sua escrita, caracterizada por diálogos afiados e personagens complexas, desafia-nos frequentemente a confrontar a dura realidade do quotidiano. Fonseca recebeu inúmeros prémios, incluindo o Prémio Camões, consolidando-se como uma figura central na literatura em língua portuguesa.


A Grande Arte é um romance policial ambientado no Brasil com uma premissa inicial intrigante: um serial killer que assassina prostitutas e deixa a letra "P" marcada nos seus corpos.


O P não tinha ressonâncias literárias, nem ele se considerava um psicótico puritano querendo esconjurar a congênita corrupção feminina.


Contudo, esta premissa é rapidamente abandonada, dando lugar a uma narrativa que se divide em duas partes distintas.


Na primeira parte, acompanhamos o advogado Mandrake na sua tentativa de desvendar os homicídios em série. A investigação pessoal de Mandrake leva-o atrás de um homem chamado Fuentes, numa perseguição que o conduz até à fronteira do país com a Bolívia. No entanto, a história inicial dos assassinatos é relegada para segundo plano, tornando-se quase esquecida.


A segunda parte parece um outro livro e só aos poucos vamos fazendo a ligação entre as histórias. A melhor personagem talvez seja o Nariz de Ferro, principalmente pela sua bizarria.


É uma história em que não há heróis; são todos vilões.


Rubem Fonseca escreve bem e tem uma cultura vastíssima, isso é inegável, porém, se a história não cativa, para pouco serve. Tal como em Feliz Ano Novo , há demasiada violência, e a utilização do baixo calão cansa.


#incunábulos @mastodon