Translate

Pesquisar neste blogue

[Opinião] O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas

    


Título: O Conde de Monte Cristo

Série: -

Autor: Alexandre Dumas

Data de Leitura: 23/03/2019 ⮞ 11/04/2019

Classificação: 


Sinopse

Traições, denúncias anônimas, tesouros fabulosos, envenenamentos, vinganças e muito suspense. A trama de O conde de Monte Cristo traz uma emoção diferente a cada página e talvez isso explique a razão de a obra do escritor francês Alexandre Dumas ter se transformado em um clássico da literatura mundial, mexendo com a imaginação dos leitores há mais de 150 anos.


Minha review no GoodReads


Em literatura, não admito sistema, não sigo escola, não desfraldo bandeiras: entreter e magnetizar, estas são minhas únicas regras.
Alexandre Dumas

Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas (Villers-Cotterêts, 24 de julho de 1802 — Puys, 5 de dezembro de 1870) foi um romancista francês, autor dos romances clássicos de capa e espada Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo.

O Conde de Monte Cristo foi inicialmente publicado em folhetim, em 18 episódios, de 1844 a 1846, e contou com a colaboração de vários ghost-writers, entre eles Auguste Maquet.
Tal como em Os Mosqueteiros, Dumas tinha como objectivo recontar a História de França e ensinar ao povo francês a sua herança histórica.
A diferença entre os dois romances é que enquanto n’Os Mosqueteiros vamos assistindo a eventos e personagens históricas reais, n’O Conde… a história serve apenas como pano de fundo para o enredo, o que deu um pouco mais de liberdade criativa para o desenvolvimento das personagens.

A obra cobre todo o período entre 1814 e 1838, ou seja, o primeiro reinado de Luis XVIII (11 de abril de 1814 a 20 de março de 1815), o governo dos cem dias, também chamado de Os cem dias de Napoleão (20 de março - 8 de julho de 1815), e a Restauração Francesa ou Restauração Bourbon (1815-1830), que dá origem ao segundo reinado de Luis XVIII. Todos estes acontecimentos servem como cenário, mas não interferem com a história.

No que se refere aos costumes sociais Dumas mostra-nos que, naquela época, era possível um prisioneiro ficar esquecido numa masmorra francesa, e que muitos daqueles que faziam parte da alta-roda parisiense tinham origens humildes. Danglers, Morcef e Villefort representam as diversas formas de ascender à elite.

Dumas concentrou-se na corrupção no mundo dos negócios, financeiro e político, nos delinquentes e condenados, e faz uma reflexão bastante interessante sobre felicidade, justiça e vingança.

Edmond Dantès, antes de ser feito prisioneiro, era um homem gentil, honesto e carinhoso. Era inteligente, mas não opinava muito. Zelava pelo Pai, admirava o seu chefe, Sr. Morrel, e amava Mércèdes.

A vida é uma tempestade, meu amigo. Um dia você está tomando sol e no dia seguinte o mar te lança contra as rochas. O que faz de você um homem é o que você faz quando a tempestade vem.

Na prisão torna-se amargo e vingativo, obcecado pelas injustiças cometidas contra ele, mas acaba por passar por uma grande transformação.

Abade Fria: Em troca da sua ajuda, eu ofereço algo muito valioso.
Edmond: Minha liberdade?
Abade Faria: A liberdade pode nos ser tirada, como você bem sabe. Eu te ofereço meu conhecimento.

Quando o seu companheiro, Abade Faria, morre, morre também a única ligação profunda, que lhe resta, com outro ser humano. Dantès perde a capacidade de sentir qualquer emoção além do ódio por aqueles que o prejudicaram, e gratidão por aqueles que tentaram ajudá-lo. Ele vagueia o mundo como concentrado apenas em realizar a sua vingança. Só quando Dantès reencontra o amor, numa relação com Haydée, é que ele é capaz de se reencontrar com a própria humanidade e recomeçar a viver humanamente.

Há ainda alguns fun facts:

⛵️ Dumas inspirou-se numa viagem que fez, de barco, em 1841, com o sobrinho de Napoleão, para escrever esta história.

👞 O enredo desta obra foi inspirado numa história verdadeira. Picaud, um sapateiro, foi falsamente preso após uma brincadeira organizada pelos amigos e que levou à sua prisão. Durante seus sete anos de prisão, ele fez amizade e foi educado por um padre de Milão, que lhe contou um tesouro secreto antes de morrer. Picaud foi libertado da prisão, encontrou o tesouro e conseguiu matar três dos que o traíram antes de ser capturado e assassinado por um quarto.

🏝 A ilha de Monte Cristo realmente existe, e fica aqui

🎤 Orson Welles criou uma produção de rádio de O Conde de Monte Cristo, que estreou em 1938, e que pode ser ouvido aqui.

🎬 Já foram feitas inúmeras adaptações para o cinema e televisão (não vi nenhuma!).

É um super calhamaço - 1.664 páginas, que no kindle são aproximadamente 28 horas de leitura - sobre traições, denúncias anónimas, tesouros fabulosos, envenenamentos, vinganças e muito suspense.

Entra para a prateleira dos favoritos. Um Livraço!