Título: O Cisne Negro
Série: -
Autor: Thomas Mann
Data de Leitura: 15/05/2019 ⮞ 20/05/2019
Classificação: ⭐⭐
Sinopse
O Cisne Negro é a última novela longa escrita por Thomas Mann. Conta a história de uma mulher viúva que se apaixona por um jovem americano de vinte e três anos. Thomas Mann retoma assim, em termos inovadores, o tema recorrente da mulher que se apaixona por alguém muito mais novo que ela, o drama de Jocasta e Fedra.
Minha review no GoodReads
Este livro estava na prateleira há uns 20 anos, e bem que podia por lá ter ficado esquecido.
É uma edição (1989) muito má da Relógio d’Água, limitou-se a aproveitar uma tradução antiga (talvez ainda feita com outros (des)acordos ortográficos), e nem se deu ao trabalho de fazer a revisão da mesma, assim encontramos palavras como:
“terrìvelmente, amìgavelmente, nitìdamente, fisìcamente, miùdinho, contìnuamente e maçagens.”
Outra coisa que me enervou é a incoerência na tradução de nomes próprios e locais, umas vezes estão no original noutras são traduzidos.
Publicado em 1954, O Cisne Negro, foi o último trabalho de Mann, e a sua fama não é favorecida por esta pequena e insignificante novela com 160 páginas sobre a paixão de uma mulher (pós menopausa) pelo professor do seu filho, um rapaz americano de 24 anos.
Em oposição à filha, uma artista com uma visão racional da vida, Rosália von Tümmler é uma romântica, devota da natureza em todas as suas formas. A sua paixão por Ken não é mais do que um renascimento, um regresso, da sua feminilidade, que ela vê expressa como uma recorrência do que ela acredita ser um período menstrual.
Num mundo em que a visão da mulher era apenas sexual e reprodutivo, Rosália luta contra o sentimento de ter sido descartada, ou melhor, despromovida para uma existência sem valor.
“- Vitória, Ana, vitória! Isto voltou-me, voltou-me depois duma longa interrupção, o mais naturalmente do mundo, e precisamente como acontece a uma mulher madura, cheia de vida! (…) Que milagre opera em mim a grande e boa Natureza,(…)”
No entanto, tanto ela como a sua filha sabem que essa paixão, embora muitas vezes descrita como amor, é explicitamente sexual e não romântica.
Rosália não conhece bem Ken, a maioria das suas conversas e encontros têm lugar na presença de outros. A relação mais importante nesta novela não é a de Rosália e Ken, mas sim a relação entre mãe e filha, e acima de tudo as conversas que têm durante todo o livro.
Há uma crítica à sociedade e aos seus preconceitos, e uma mensagem feminista, pena que não seja mais clara.