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[Opinião] Paraíso e Inferno - Jón Kalman Stefánsson

  


Título: Paraíso e Inferno 

Série: Heaven and Hell Trilogy #1

Autor: Jón Kalman Stefánsson

Data de Leitura: 02/11/2018 ⮞ 22/11/2018

Classificação: 


Sinopse

Islândia, Século XIX: um pequeno barco de pesca ao largo de um ponto remoto da ilha é apanhado no meio de um violento temporal. A tragédia abate-se sobre os homens. No meio tripulação um jovem pescador inexperiente fica surpreendido pela aparente cruel indiferença dos restantes companheiros à morte por hipotermia do seu único amigo. Desiludido e confuso, abandonará em segredo a aldeia, arriscando em pleno Inverno atravessar a pé as montanhas geladas com uma única ideia fixa: chegar até à cidade mais próxima e devolver a um velho capitão cego o livro que este emprestara ao seu amigo, o único bem que ele trazia consigo e causa da sua morte: o Paraíso Perdido de Milton.

«Paraíso e Inferno», romance celebrado pela crítica internacional, navega pelas profundezas da vida e da morte para celebrar o poder de redenção da amizade. Uma leitura tão intensa quanto a força da paisagem islandesa.

«É tal como um profundo suspiro vindo das profundezas do mar.»

Le Monde, França

«Um pequeno belo livro sobre as grandes questões da vida.»

VG, U.K.

«Comparável a clássicos como "Moby Dick" e "O Velho e o Mar".»

Dagbladet, Noruega

«Um livro épico. Uma verdadeira obra-prima.»

Avvenire, Itália



Minha review no GoodReads


O Inferno é gelado!


Paraíso e Inferno não é só a história de um menino, um barco e a sua tripulação, a morte de um homem – Bárður – mas também fala de amizade, luto, amor e natureza.

“A vida humana é uma corrida constante contra a escuridão do mundo, a traição, a crueldade, a cobardia, uma corrida que tantas vezes parece desesperada, mas ainda assim, corremos e, ao fazê-lo, a esperança sobrevive.”

“As palavras ainda parecem capazes de comover as pessoas, é inacreditável, e talvez a luz não esteja completamente extinta no seu interior, talvez permaneça alguma esperança, apesar de tudo.”


"Não tínhamos remédio. Pensávamos continuadamente em livros, em sermos educados, ficávamos fervorosos, frenéticos, se ouvíamos falar de algum livro novo e interessante, imaginávamos como poderia ser, falávamos sobre o seu eventual conteúdo à noite, depois de vocês terem ido para a cama. E depois líamo-lo à vez, ou juntos, quando e se conseguíamos deitar-lhe a mão ou a uma cópia do mesmo feita à mão.”

“Os palavrões são pequenos pedaços de carvão e podem aquecer as coisas, mas as palavras infelizmente pouco podem fazer para manter afastado o vento árctico, infiltra-se e atinge a carne, um sobretudo razoável é muitas vezes melhor e mais importante do que todos os poemas do mundo.”

“Um cadáver é inútil, podemos perfeitamente deitá-lo no lixo.”

“Tudo aquilo que se relaciona com essa pessoa torna-se uma recordação que lutámos para reter, e é traição esquecer isso. Esquecer como ele bebia café. Esquecer como se ria. Como olhava para cima. Mas, ainda assim, esquece-se. A vida exige que se o faça.”

“Constitui algum alívio seguir em frente com a vida, um conforto que, no entanto, se torna amargo quando se trata mal a vida, se faz algo que nos atormentará eternamente, mas é de tudo às nossas próprias recordações que tentamos chegar, são elas o fio que nos une à vida.”

"(...) porque é que um homem mau tem tantos livros, os livros deveriam tornar os homens bons, pensa o rapaz. Ele é tão ingénuo.”

“(…) Deveríamos cuidar daqueles que são para nós importantes e que têm em si bondade, e de preferência nunca os abandonar, a vida é demasiado curta para isso e, por vezes, termina de modo súbito, como descobriste desnecessariamente.”




Islândia