Título: E se eu morrer amanhã?
Série: -
Autor: Filipa Fonseca Silva
Data de Leitura: 21/05/2024 ⮞ 26/05/2024
Classificação: ⭐⭐
Sinopse
Helena é uma viúva de setenta e nove anos aparentemente pacata. Vive com o gato num apartamento, independente dos filhos e netos adultos, gozando de ótima saúde física e mental. Até ao dia em que, por acidente, pega fogo à sala de estar.
Obrigada a mudar-se para casa da filha, que começa a questionar a sua sanidade, acaba por revelar um segredo que deixará toda a família boquiaberta: afinal, tem uma vida sexual ativa. Muito ativa.
A partir desta confidência, Helena conta-nos as suas aventuras amorosas e o lema de vida que adotou desde a morte do marido, com quem partilhou mais de quatro décadas de descontentamento.
E se eu morrer amanhã? é um romance hilariante, que nos leva a refletir sobre os preconceitos em relação às mulheres mais velhas e o enorme tabu em torno da sua sexualidade. É também uma luz de esperança, iluminando a ideia de que nunca é tarde para descobrir o que nos faz feliz.
Minha review no GoodReads
De vez em quando, gosto de ler autoras contemporâneas portuguesas, pois aprecio a riqueza e diversidade da nossa literatura. Tenho tido sorte? Claro que sim, mas – e há sempre o maldito "mas" – também tenho tido algumas experiências menos bem-sucedidas.
Nunca tinha lido nada de Filipa Fonseca Silva e, entre as duas obras que poderia escolher – O Elevador e Se Eu Morrer Amanhã?, ambas com 184 páginas – optei por esta última, por achar que seria mais interessante.
O assunto abordado, os preconceitos em relação às mulheres mais velhas e o enorme tabu em torno da sua sexualidade, como se lê na sinopse, até é interessante.
A personagem principal, Helena, depois de 46 anos de um casamento infeliz, fica viúva e, desafiando os seus preconceitos, vai atrás da sua sexualidade.
Até aqui, tudo bem, mas, Helena, aos setenta anos, acabava de ter o seu primeiro orgasmo e não podia estar mais fascinada com a descoberta, partiu para uma vida louca à procura de um parceiro para ter sexo sem qualquer tipo de limitações. E não foram poucos, e não foram muitos, foram bastantes, de várias nacionalidades e de todas as idades, engates atrás de engates. Foi o Ian, o Greg, o Raul, o Pierre, o Fernando, o Jorge, o Gianguido, o Arlindo…
Como ela própria diz: Não tenho namorados, tenho amantes.
A Helena era uma grande maluca!, no bom sentido. As suas histórias são engraçadas e arrancam algumas gargalhadas, mas são tão reais como uma nota de 3 euros.
As restantes personagens, desde a família directa até às amigas, e assuntos abordados baseiam-se em clichés e preconceitos. Não acrescentam nada à história, têm a profundidade de um prato raso e são tão críveis como as histórias de engate da Helena.
É uma história que realmente deixa uma marca... ou melhor, a ausência dela. Não acrescenta grande coisa e, ao terminar a leitura, sinto que a minha bagagem intelectual permaneceu intacta. Impressionante, não?
A segunda estrela é pelas gargalhadas que me arrancou.