Título: Jesusalém
Série: -
Autor: Mia Couto
Data de Leitura: 02/06/2013 ⮞ 08/06/2013
Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Jesusalém é seguramente a mais madura e mais conseguida obra de um escritor em plena posse das suas capacidades criativas. Aliando uma narrativa a um tempo complexa e aliciante ao seu estilo poético tão pessoal, Mia Couto confirma o lugar cimeiro de que goza nas literaturas de língua portuguesa. A vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado, diz um dos protagonistas deste romance. A prosa mágica do escritor moçambicano ajuda, certamente, a reencantar este nosso mundo.
Minha review no GoodReads
ESMAGADOR!
Esta é a única única palavra que encontro para definir o meu estado assim que comecei este livro.
Assim que começamos o livro, Mia Couto transporta-nos para África, mais propriamente para nenhures, ou melhor para Jesusalém. Enquanto lemos o romance passamos a habitar naquele pedaço de terra abandonado em Moçambique, passamos a ver as paisagens descritas e a sentir os cheiros únicos de um continente mágico. Passamos a fazer parte da história.
É poesia em prosa, é brincadeira com as palavras que são quentes e sabem a mel. É fácil de ler mas profundo no sentir.
É um daqueles livros que só lendo se percebe o alcance das palavras.
Citações:
“Velhice não é idade: é um cansaço. Quando ficamos velhos, todas as pessoas parecem iguais.”
“- Vê a terra, filho? Parece areia, pedras e torrões. Mas são braços e abraços.”
“Saudade é esperar que a farinha se refaça em grão.”
O seu avô paterno rezava junto aos rios quando queria pedir chuva. — E depois chegava a chover? — Chove sempre depois. A reza é que pode ser feita com demasiada antecedência.”
“Nenhuma memória pode ser visitada. Mais grave: há lembranças que apenas na morte se reencontram.”

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