Título: Crime e Castigo
Série: -
Autor: Fyodor Dostoevsky
Data de Leitura: 10/03/2013 ⮞ 21/04/2013
Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse
Com Crime e Castigo, a Editorial Presença inaugura a publicação da obra de um dos maiores escritores de sempre, numa nova e criteriosa tradução, feita directamente a partir do russo. Datado de 1866, este é o primeiro dos grandes romances que Dostoiévski escreveu já em plena maturidade literária, sendo, provavelmente, a mais bem conhecida de todas as suas obras. Recriando um estranho e doloroso mundo em torno da figura do estudante Raskólnikov, perturbado pelas privações e duras condições de vida, é uma das obras por excelência fundadoras da modernidade. Pelo inexcedível alcance e profundidade psicológica, sobretudo no que implica a exploração das motivações não conscientes e a aparente irracionalidade nos comportamentos das personagens, este autor russo tornou-se uma referência universal na literatura, sem perda de continuidade até aos nossos dias. Esta nova versão em língua portuguesa das obras de Dostoiévski, cuja qualidade permite ao leitor fruir plenamente da extraordinária riqueza dos textos originais, é da responsabilidade de Nina Guerra e Filipe Guerra.
Minha review no GoodReads
É a 2ª vez que leio este clássico e só posso voltar a dar-lhe 5⭐. É sem dúvida uma obra-prima!
É uma leitura lenta, que nos obriga em muitos momentos a parar para reflectir.
É um retrato mordaz da sociedade da época. Cidades imundas, onde abundam os pobres e prostitutas, onde as instituições públicas não funcionam, onde a miséria humana é explorada ao mais alto grau.
Durante todo o romance existe a luta entre o bem e o mal, o ter e não ter, o ganhar e perder, o eu e os outros, que divide a mente, o que faz com que Raskolnikov sucumba ao dualismo. A crise de consciência que se abate sobre ele, que quase o leva à loucura enquanto consumido por uma tortura interior, chega a ser angustiante.
As conversas que Raskolnikov tem com o detective responsável pelo apuramento dos crimes, Porfiry Petrovich, são um tratado filosófico sobre o valor da vida humana.
É interessante verificar que Raskolnikov nunca se arrepende de ter cometido os crimes e que consegue sempre arranjar justificações para tal acto. Aliás, o próprio Raskolnikov quando fala com o comissário dá o exemplo daquilo a que ele chama as pessoas vulgares – gente normal - e as pessoas invulgares – às quais não se aplica a lei e que podem por si só mudar uma sociedade.
As personagens foram desenvolvidas na perfeição por Dostoyevsky que as criou todas tão diferentes umas das outras, mas com alguns pontos em comum como as fortes personalidades e a coragem que são características transversais a todas elas. São também elas uma ferramenta para a crítica que é feita à sociedade russa – gente miserável, louca, sem consciência e má.