Título: Norte
Série: -
Autor: Edmundo Paz Soldán
Data de Leitura: 16/02/2018 ⮞ 28/02/2018
Classificação: ⭐
Sinopse
Assassinatos brutais cometidos nas vizinhanças de ferrovias aterrorizam os Estados Unidos. O criminoso degola e sangra suas vítimas a facadas. Quase sempre as estupra, antes ou depois de mortas. Em seguida, calmamente abre a geladeira da vítima e se regala com um sanduíche de presunto, um copo de leite ou uma lata de cerveja enquanto assiste à TV. Quando as autoridades divulgam que o suspeito dos crimes pode ser de origem hispânica, uma onda de preconceito e violência contra os imigrantes se alastra pelo país.
Esse serial killer se torna a obsessão de Rafael Hernández, um modesto policial militar do Texas, descendente de mexicanos. Divorciado e distante dos filhos adolescentes, ele se refugia de seus problemas pessoais no trabalho e nas relações casuais com prostitutas.
Outra personagem central no romance, a boliviana Michelle, jovem pós-graduanda em estudos literários, vive às voltas com sua desastrosa paixão por Fabián, professor e ensaísta brilhante, cuja utopia intelectual é elaborar uma teoria geral da ficção latino-americana. Mas, em vez de escrever enfadonhos ensaios e papers sobre crítica literária, Michelle prefere desenhar histórias em quadrinhos protagonizadas por zumbis e ambientadas nos desertos da fronteira entre o México e os Estados Unidos.
A história desses dois personagens irá se entrelaçar com a vida do obscuro camponês mexicano Martín Ramírez, que chegou aos Estados Unidos fugindo da guerra revolucionária no México. Errante pelas ruas e estações de trem, esfarrapado e sem documentos, Martín é recolhido a um manicômio na Califórnia com o diagnóstico de demência catatônica. Seu enorme talento como desenhista será o elo insuspeito entre as múltiplas vozes da trama de Norte.
Minha review no GoodReads
José Edmundo Paz-Soldán Ávila, nasceu em Cochabamba, na Bolívia, em 1967. Estudou relações internacionais em Buenos Aires, na Argentina e ciência política na Universidade do Alabama. Diplomou-se em literatura hispânica pela Universidade de Berkeley e é professor de literatura latino-americana na Universidade Cornell, Nova Iorque.
É um dos autores mais representativos da década de 1990 conhecida como movimento literário – McOndo corrente literária hispano-americana que rompe com a escola do realismo mágico que domina a literatura europeia e americana desde os anos 60.
O meu objectivo inicial era ler Río Fugitivo, 1998, que é simultaneamente um Bildungsroman, um policial, e um romance histórico-político da Bolívia. Infelizmente não encontrei nada publicado no nosso português, e tive que socorrer-me da oferta brasileira que também não era nenhuma a não ser este Norte, publicado em 2011. Como diz o ditado: quem não tem cão caça com gato!
São três histórias de um grupo de latino-americanos perdidos na imensidão Estados Unidos da América.
A narrativa é crua, dura e directa. As descrições são mínimas, os diálogos são circunstanciais e a maioria das vezes não atingem o objectivo principal que é levar a história um pouco mais além, as cenas de sexo são explícitas e regadas a violência e sangue. Há alguns apontamentos de humor negro que deveriam aligeirar a coisa, mas que não cumprem o propósito. As personagens são planas e não evoluem, têm todas graves problemas de saúde mental e entram em estado alucinatório com frequência.
Chegou a um momento que achei que também eu estava a alucinar e a ler o 2666 de Bolaño (más memórias e um dos meus grandes traumas).
Ainda pensei em lhe dar 2 estrelinhas, só que não! Definitivamente não gostei.
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