Título: Vozes de Chernobyl: História de Um Desastre Nuclear
Série: Voices of Utopia #4
Autor: Svetlana Alexievich
Data de Leitura: 10/08/2016 ⮞ 29/09/2016
Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse
A 26 de abril de 1986, Chernobyl foi palco do pior desastre nuclear de sempre. As autoridades soviéticas esconderam a gravidade dos factos da população e da comunidade internacional, e tentaram controlar os danos enviando milhares de homens mal equipados e impreparados para o vórtice radioativo em que se transformara a região. O acidente acabou por contaminar quase três quartos da Europa.
Numa prosa pungente e desarmante, Svetlana Alexievich dá voz a centenas de pessoas que viveram a tragédia: desde cidadãos comuns, bombeiros e médicos, que sentiram na pele as violentas consequências do desastre, até as forças do regime soviético que tentaram esconder o ocorrido. Os testemunhos, resultantes de mais de 500 entrevistas realizadas pela autora, são apresentados através de monólogos tecidos entre si com notável sensibilidade, apesar da disparidade e dos fortes contrastes que separam estas vozes.
Vozes de Chernobyl é uma das mais aclamadas obras de Svetlana Alexievich, e tida como o seu trabalho mais duro e impactante.
Minha review no GoodReads
Tchernobyl, a história de um crime.
Era adolescente quando aconteceu o desastre em Pripyat, na Central Nuclear Tchernóbyl. Lembro-me, como se fosse hoje, do choque quando ouvimos a notícia.
A partir daquela altura o famoso slogan dos activistas fez mais sentido que nunca. Acho que ainda hoje e depois de tantos anos continuo com a mesma ideia.
26 de Abril de 1986 – Um teste de rotina acaba no pior desastre nuclear da história. A explosão do reactor 4 foi o equivalente à explosão de 500 bombas atómicas iguais às de Hiroshima.
Apenas 2 dias depois do ocorrido, e após a nuvem radioactiva ter chegado à Suécia, é que a União Soviética admite o desastre.
A dita "energia segura", barata, estava nas notícias de todo o mundo, e pelas piores razões.
Em menos de 2 semanas a nuvem alastrou pela Europa e o mundo deparou-se com uma catástrofe com dimensões difíceis de avaliar. A verdadeira extensão das consequências na saúde dos europeus é, ainda hoje, uma incógnita.
Esta é talvez a uma das grandes tragédias do século XX , e foi varrida para debaixo do tapete.
“Pela rádio, éramos advertidos da necessidade de evacuar a cidade dentro de três a cinco dias, que levássemos connosco agasalhos e roupas desportivas, que iríamos viver nos bosques. (...) Vamos comemorar o feriado do 1º de Maio (...).”
E pensar que a central nuclear apenas foi desactivada a 12 de Dezembro de 2000.
Pripyat caiu no esquecimento durante muito tempo. Há coisas que não podem cair no esquecimento ou tendemos a cometer os mesmos erros outra vez.
A cidade de Pripyat 30 anos depois da tragédia: