Translate

Pesquisar neste blogue

[Opinião] Grandes Exploradores Portugueses - Susana Lima

 


Título: Grandes Exploradores Portugueses

Série: -

Autor: Susana Lima

Data de Leitura: 18/06/2016 ⮞ 22/06/2016

Classificação: ⭐


Sinopse

«Homens corajosos, aventureiros e muito inteligentes...» ...mas que são de outros tempos, de outras épocas. Muitos serão automaticamente reconhecidos pelo leitor, outros nem tanto. Penso que nestes últimos a leitura terá um travo especial, desvendando em cada virar de página mais um mistério. São histórias cheias de emoção com personagens de carne e osso. Pessoas aparentemente comuns, mas que, em algum momento das suas vidas, se tornaram diferentes, especiais. Aventureiros por natureza, sem dúvida.» Pêro da Covilhã, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães, Cristóvão de Mendonça, Diogo Álvares Correia, António de Andrade, António Raposo Tavares, Hermenegildo Capelo, Gago Coutinho, Carlos Bleck, João Garcia.


Minha review no GoodReads

Sou uma apaixonada pela História de Portugal e quando vi este livro achei que poderia acrescentar mais alguma coisa aos meus conhecimentos da matéria.

Nunca tinha ouvido falar de Susana Lima, mas por vezes deparamo-nos com agradáveis surpresas e por isso resolvi lê-lo.

Infelizmente logo no primeiro capítulo, sobre Pêro da Covilhã, deparei-me com um erro que não me parece ser nada mais que falta de revisão (não quero pensar que seja falta de conhecimento):

“Pêro da Covilhã fala espanhol como um castelhano, catalão como um basco e árabe como um mouro.”


No capítulo sobre Pedro Álvares Cabral também temos uma incorreção:

“Vera Cruz – «verdadeira cruz» – foi o nome dado por Pedro Álvares Cabral ao território descoberto. Mas o nome depressa seria substituído por Brasil, visto que a principal mercadoria transacionada era o pau-brasil, uma madeira exótica de tom avermelhado, muito apreciada na Europa.”

O nome Brasil só começou a ser utilizado durante o período colonial (1530-1815). Durante os primeiros 30 anos o Brasil teve outros nomes, Monte Pascoal, Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz. Ou seja, o “depressa seria substituído” foram 30 anos, o que naquela altura era quase uma eternidade.


De resto, durante todo o livro tive a impressão de estar a ler uma compilação de artigos da Wikipédia com arranjos de revista cor-de-rosa.


A história de Portugal é grandiosa, imensamente rica, cheia de aventuras e peripécias para contar. Merecia mais, muito mais!


No capítulo dos grandes exploradores, aqueles que ampliaram o conhecimento do mundo; dando novos mundos ao mundo; temos diversas figuras de proa que ficaram completamente esquecidas pela autora, e para concluir isso basta olhar para a estatuária do Padrão dos Descobrimentos cuja figura principal é o grande impulsionador das grandes explorações que culminaram com as descobertas.


No título do capítulo Gago Coutinho falta o nome de Sacadura Cabral. Na minha modesta opinião a omissão é imperdoável uma vez que a primeira travessia aérea do Atlântico Sul é feita pelos dois.


Consigo perceber a inclusão de figuras como Carlos Bleck, que embora não tenha tido sorte em muitas das suas tentativas para completar ligações aéreas, conseguiu deixar-nos um legado chamado T.A.P.


Já o capítulo sobre o João Garcia parece-me fora do contexto. Não quero com isto dizer que não o considere um destemível montanhista e um grande aventureiro, mas convenhamos não o podemos incluir na categoria de grandes exploradores.


Para quem conhece muito pouco da grandiosa epopeia Portuguesa que foram os descobrimentos este livro pode ser o chamado “pontapé de saída” para outras leituras, para quem já conhece bem a História de Portugal fica muito aquém das expectativas criadas pela sinopse.